Arrancou, no dia 14 de abril, nos Monumentos Megalíticos de Alcalar, a quinta edição do DiVaM, programa de dinamização e valorização dos monumentos afetos à Direção Regional de Cultura do Algarve que contempla ainda o Castelo de Aljezur, a Fortaleza de Sagres, a Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe, o Castelo de Paderne, o Castelo de Loulé e as Ruínas Romanas de Milreu. Em Ano Europeu do Património Cultural, o tema escolhido foi «Património – Que Futuro?» e o objetivo é que os visitantes dos lugares-património sob gestão da DRCAlg retirem algum valor pessoal, educativo, histórico, social e até económico dessa experiência. “A intenção é que os nossos monumentos sejam mais do que testemunhos da história de um povo, mas que sejam espaços onde acontece cultura, associada ao próprio lugar e às novas tendências culturais que se transmitem de geração em geração. São cinco anos de uma programação que não é nossa, da DRCAlg, mas sim das associações culturais que se candidatam, que apresentam as suas propostas, dentro das diferentes temáticas anuais”, sublinha Alexandra Gonçalves.

O programa foi criado de raiz aquando da chegada da nova Diretora Regional de Cultura do Algarve, com o espírito, volte-se a referir, de dinamizar e valorizar um património que dificilmente conseguirá contar, por si só, histórias a quem os visita. Mas não foi fácil contrariar a velha ideia de que os monumentos são para serem visitados sem se tocar em nada para não se estragar, daí que todas as candidaturas sejam rigorosamente avaliadas tendo em conta as condicionantes que cada espaço classificado monumental contempla. “Quando há exposições, há que ver se é possível furar uma parede ou não. Quando são artes mais contemporâneas ou de multimédia, temos que ver o que se pode fazer e onde é que se pode fazer. Os limites das atuações são estabelecidos pela DRCAlg aquando da seleção de propostas pela equipa de coordenação dos monumentos”, esclarece a entrevistada, confirmando que houve algumas resistências iniciais ao DiVaM. “Não havia uma prática de se pensar os monumentos para além do seu valor histórico e monumental e de se criar uma fruição mais direta pelos diferentes públicos, e foi nesses aspetos que tivemos que trabalhar”.

O trabalho produziu frutos, já ninguém retira o mérito ao DiVaM, e isso mesmo fica comprovado pelo número crescente de propostas que são entregues de ano para ano, para satisfação de Alexandra Gonçalves. Após a tal rigorosa seleção, a edição de 2018 é constituída por 45 ações, menos do que em anos anteriores, mas a redução tem uma explicação simples: “Mais ações significavam uma pressão muito grande sobre os espaços e sobre a própria equipa da Direção Regional e chegamos a um equilíbrio que nos permite ter uma atividade quase permanente ao longo de todo o ano, com uma menor incidência em agosto, mês onde já existe uma enorme oferta cultural de uma ponta à outra da região”, adianta a responsável, não querendo estabelecer uma relação de causa-efeito direta entre o sucesso do DiVaM e o aumento que se tem verificado de visitantes nos monumentos do Algarve. “Há uma tendência geral de subida do número de turistas no Algarve e o principal público dos nossos monumentos são, efetivamente, visitantes estrangeiros, cerca de 80 por cento. Acredito que o DiVaM contribui para esse fenómeno, porque a divulgação do programa nos postos de informação turística também é feita em inglês e há uma veiculação de propostas de atividades que levarão algumas pessoas aos monumentos, mas há uma tendência geral de maior procura destas propostas diferenciadoras, únicas, que têm a ver com a identidade e a cultura de cada região”.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

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https://issuu.com/danielpina1975/docs/algarve_informativo__154