«Masquerade» é o primeiro avanço do disco de estreia dos «The Black Teddys», banda nascida em Olhão, em setembro de 2015, e que depressa começou a dar nas vistas com um indie-rock cativante recheado de letras fortes e melodias que nos prendem a atenção. Constituído por André Brito (Baixo), Bruno Barras (Bateria), Carlos Favinha (Voz e Guitarra) e Ricardo Martins (Guitarra), os primeiros meses do quarteto foram dedicados aos covers, um género de estágio, de rodagem pelo circuito de bares, para se entrosarem e ganharem ritmo. No entanto, o rumo estava bem definido e a vontade era, sem dúvida, começar rapidamente a compor originais. Por isso, os próprios covers que integravam o repertório inseriam-se no estilo que pretendiam adotar no futuro, casos de Arctic Monkeys, The Strokes, David Bowie e por aí adiante. “Queríamos ganhar experiência em frente ao público e, acima de tudo, compreender bem o que nós quatro gostávamos de ouvir e tocar. Nem sequer eramos a banda típica de covers que estamos habituados a ver nos bares do Algarve, tínhamos um estilo diferente”, conta Ricardo Martins.

O estágio foi, de facto, relativamente curto, as dinâmicas ganharam-se num instante e Carlos Favinha reconhece, por exemplo, a importância da influência de The Strokes, banda também com duas poderosas guitarras que vão alternando entre os solos, os ritmos, os riffs. “O Indie Rock foi uma escolha natural, depois, foi uma questão de optar pelo caminho que melhor se adequava a nós, entre o mais leve e pesado”, explica o guitarrista e vocalista, recordando que o primeiro tema original viu a luz do dia em abril de 2016 e o EP «Midnight Struggles» foi lançado em fevereiro de 2017, num trajeto que veio finalmente dar lugar a «The Black Teddys», o primeiro LP dos olhanenses. “Temos várias influências, como é óbvio, mas não nos preocupamos em fazer músicas semelhantes às que estão na moda. Descobrimos, inconscientemente, a nossa linguagem musical, embora o desejo de qualquer artista seja que os outros gostem daquilo que fazemos”, refere Ricardo Martins.

Carlos Favinha lembra, a propósito desse assunto, uma declaração de David Grohl, líder carismático dos Foo Fighters e ex-membro dos saudosos Nirvana, quando dizia que ‘os Foo Fighters não gostam de tocar de costas para o público’. “Nós adoramos puxar pelas pessoas, que o público interaja connosco nos concertos. Não fizemos nenhum exercício do tipo ‘vamos fazer esta música assim para agradar às massas’, mas também não seguimos por um estilo muito experimental. Tocamos aquilo que realmente gostamos, mas não estamos apenas a olhar para o nosso umbigo”, entende o vocalista, que também é o responsável pelas letras dos «The Black Teddys». “Normalmente o processo começa com uma melodia de guitarra, uma linha de baixo, um ritmo de bateria. As letras aparecem depois e todas contam uma pequena história e circulam em redor da figura feminina. Não escrevo diretamente sobre as minhas vivências pessoais, será mais sobre um mundo de fantasia em que a banda estará inserida”, descreve o entrevistado.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Mariana Soares

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