A passagem dos 557 anos sobre a morte do Infante D. Henrique foi o mote para que, pela terceira vez, a Associação de Municípios «Terras do Infante», formada por Aljezur, Lagos e Vila do Bispo, organizasse um conjunto de atividades destinadas a homenagear e reforçar o papel do homem que se tornou numa das figuras mais importantes da história mundial e dos Descobrimentos Portugueses. O programa, que decorreu entre os dias 4 e 13 de novembro, englobou a realização de palestras nas escolas, concertos e visitas guiadas nos três municípios.
Das variadas iniciativas destacou-se a de carácter mais protocolar no dia 13 de novembro – a Homenagem ao Infante D. Henrique – que começou com a cerimónia em Lagos, seguida de uma Missa de Sufrágio na Igreja de Nossa Senhora da Graça (Sagres) e homenagem junto ao Padrão de 1960 (Fortaleza de Sagres). A cerimónia realizada em Lagos contou com a participação de uma Secção de Militares e a Fanfarra do Comando do Corpo de Fuzileiros da Marinha Portuguesa, bem como militares do Ponto de Apoio Naval de Portimão, que voltaram a associar-se à celebração desta efeméride. Vários foram os convidados que também estiveram presentes neste tributo que decorreu junto à estátua do Navegador, na Praça do Infante.
Integraram a cerimónia, presidida pela Presidente da Câmara Municipal de Lagos, Maria Joaquina Matos, o Comandante (Capitão de Mar e Guerra) Cortes Lopes, Chefe do Departamento Marítimo do Sul, como representante da Marinha Portuguesa, a responsável máxima pela Direção Regional de Cultura do Algarve, Alexandra Gonçalves, o Presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo, Adelino Soares, o Presidente da Câmara Municipal de Aljezur, José Amarelinho, e demais autarcas representantes dos três municípios. Depois de prestada a homenagem à Memória do Infante e aos 557 anos sobre a sua morte, com a deposição de uma coroa de flores, tomou a palavra Cortes Lopes, que referiu que “a melhor homenagem que lhe podemos fazer é seguir o seu exemplo de empreendedorismo”. “O nosso futuro está indiscutivelmente ligado ao mar e isso pode contribuir, de forma decisiva, para o desenvolvimento e promoção da cidade de Lagos, assim a saibamos manter”.


Por seu turno, a Presidente da Câmara Municipal de Lagos relembrou vários dos feitos históricos e a importância da figura do Infante, “cuja ambição e determinação mobilizou todo um povo para a grande epopeia dos descobrimentos e a expansão marítima portuguesa, tornando-nos um local de globalização”, reafirmando, a este propósito, “todo o apoio à candidatura à UNESCO como Territórios de Globalização, procurando o reconhecimento do nosso papel para a história nacional e do mundo”.
No fim-de-semana anterior havia decorrido um passeio em autocarro pelos territórios das Terras do Infante, aberto à participação da população dos três concelhos, com paragem pelos locais mais emblemáticos do património histórico e cultural evocativo do período dos Descobrimentos e do tempo do Infante D. Henrique, patrono da Associação de Municípios. Guiada por técnicos superiores dos municípios promotores da iniciativa, a visita permitiu dar a conhecer a riqueza do património deste território, que não se esgota no edificado, e que culminou com dois momentos culturais por todos elogiados, com o concerto «A Presença, Serena e Terna», que decorreu na Igreja de Nossa Senhora de Alva, e o Concerto In Memoriam Infante D. Henrique - Solo de Saxofone por Filipe Valentim, que aconteceu na Igreja de Santo António.