A próxima sessão de «O documento que se segue» do Arquivo Municipal de Loulé realiza-se no dia 18 de novembro, pelas 15h, e terá como tema «Loulé e a Justiça Letrada no Antigo Regime», numa conferência apresentada por Nuno Camarinhas.
Desde a época moderna que a coroa portuguesa nomeia juízes de fora em Loulé. A então vila algarvia insere-se na estrutura de administração letrada portuguesa, fazendo parte da comarca de Tavira. Esta comunicação procurará analisar a posição de Loulé nessa estrutura administrativa, ao mesmo tempo que fará um retrato dos indivíduos que ali serviram o lugar de juiz de fora, não esquecendo o estudo dos naturais de Loulé que ingressaram no serviço da justiça da coroa. O contexto social que rodeia a função judiciária será sublinhado, procurando demonstrar como, na época moderna, a magistratura portuguesa possui uma estrutura de âmbito pluricontinental, que se estende muito além do âmbito local de uma judicatura.
Doutorado em História pela EHESS, Paris, Nuno Camarinhas tem trabalhado sobre a magistratura portuguesa no Antigo Regime, a administração da justiça em contextos coloniais, e o recurso à justiça no final do séc. XVIII. Investigador do CEDIS (FD-UNL), autor de «Juízes e administração da Justiça. Portugal e o seu império colonial, sécs. XVII-XVIII» (Lisboa, Gulbenkian/FCT, 2010), acaba de publicar «Memorial de Ministros», editado pela Biblioteca Nacional e o COPEDEM (Brasil).