O cenário idílico da Praça
dos Pescadores, na Baixa de Albufeira, recebeu mais uma edição do Festival
Al-Buhera, certame que combina o melhor do artesanato, street-food e animação
musical. Ao longo de cinco dias, milhares de algarvios e visitantes, nacionais
e internacionais, levaram para casa uma recordação especial da capital do
turismo e divertiram-se ao ritmo de um cartaz musical de grande gabarito.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
Até 30 de julho, das 19h à 1h, o Festival Al-Buhera está de
regresso a Albufeira, mais concretamente à Praça dos Pescadores, um dos espaços
mais bonitos e emblemáticos da cidade. São cinco noites inteiramente dedicadas
ao artesanato, à gastronomia e à música, com um programa que coloca os músicos
da terra a dividir o palco com os melhores artistas nacionais.
Entre tendas e bancas coloridas encontram-se mais de meia
centena de artesãos com peças genuínas, produzidas a partir de materiais
tradicionais como o cobre, madeira, cortiça, pedras e conchas da praia, artigos
em couro, bijutaria, têxteis, pintura e objetos de decoração, passando pelo
artesanato marroquino, do Equador e sandálias produzidas em Goa. Uma das
atrações do Festival é, de facto, ver alguns destes artesãos a trabalhar ao
vivo, artes consideradas milenares.
Para além do artesanato, também aqui se encontram excelentes
produtos gastronómicos, nomeadamente frutos secos, compotas, mel, licores,
conservas, doçaria regional e criativa, produtos alimentares e bebidas da Ilha
da Madeira. Este ano, introduziu-se igualmente uma componente de street food, com algumas roulottes,
estrategicamente distribuídas pelo espaço, a oferecerem ao visitante gelados
artesanais, tostas gourmet, cerveja artesanal, Doner Kebab e o tradicional
Porco no Espeto.
O programa arranca com a animação de rua e prossegue,
depois, no palco, com músicos da região a fazerem a primeira parte do
espetáculo. Assim, houve oportunidade de assistir ao grupo «Banda Alhada»,
Vítor Bacalhau, Al-Buhera & Raquel Peters, José Praia & Aquaviva e Bem
& The Pirates, antes das estrelas nacionais Matias Damásio, The Black Mamba,
Resistência, Miguel Araújo e HMB. “É um evento que tem tido sempre uma
excelente recetividade, não só da parte de quem nos visita, mas dos próprios
artesãos, dos locais e daqueles que chegam de outros pontos de Portugal. É uma
festa que demonstra a nossa forma de estar na vida e estamos sempre abertos a
quem deseja mostrar os seus produtos neste concelho. Aqui, a base é o
artesanato e, se há quem venha todos os anos de outras regiões, é porque
conseguem obter bons resultados”, analisa Carlos Silva e Sousa, presidente da
Câmara Municipal de Albufeira.
Os bons resultados económicos são fáceis de compreender,
basta olhar para a multidão de pessoas que percorre o recinto, sejam aqueles
que se deslocam de propósito para o Festival Al-Buhera, sejam aqueles que
circulam normalmente por um dos principais cartões-de-visita da cidade. E para
isso contribui um cartaz de luxo, sem nunca esquecer a prata-da-casa. “A ideia
é acompanhar a festa com grandes espetáculos musicais, onde está também
patenteada a nossa cultura. Numa zona balnear, as pessoas querem,
essencialmente, divertir-se e o nosso objetivo é que saiam felizes de Albufeira
e com vontade de regressar. E dificilmente se consegue encontrar um cenário
melhor do que este”, confirma o edil. “Apostamos forte na animação como
concelho iminentemente turístico que somos e temos que manter sempre o
município na vanguarda, para satisfazer a população local e quem nos visita. O
nosso «negócio» é deixar as pessoas bem-dispostas”, sublinhou Carlos Silva e
Sousa.
A acompanhar o primeiro dia do Festival Al-Buhera estava
Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve, mostrando-se
satisfeito pela forma como o certame tem evoluído com o decorrer dos anos.
“Depois de aproveitar a praia e o sol, as pessoas gostam de usufruir de outras
atividades à noite e aqui observam o que de bom se faz em Albufeira e no
Algarve, em termos de gastronomia e artesanato, e com boa música a acompanhar”,
referiu o antigo presidente da Câmara Municipal de Albufeira, acrescentando que
o Festival Al-Buhera sempre foi um espaço multicultural e uma mais-valia para a
oferta turística do Algarve. “Há uma enorme diversidade de iniciativas
culturais a acontecer nestes meses e que somam pontos para a mais importante
região turística do país. Somos um destino fantástico e vemos aqui centenas de
crianças com os pais e os avós, como acontece em todos os concelhos do Algarve,
com uma dinâmica muito forte e uma oferta para as famílias e para as
comunidades. O grande objetivo é fidelizar quem nos visita pela primeira vez,
para que, quando voltem aos seus países de origem, sejam embaixadores desta
terra fabulosa. E experimentem vir entre outubro e maio porque, se calhar, até
veem coisas que, durante o Verão, com esta enchente de pessoas, não conseguem
apreciar devidamente”, aconselhou Desidério Silva.