A Guarda Nacional Republicana participa, até dezembro de 2018, no projeto «Life Imperial: Conservação da águia-imperial ibérica», com a criação da 1ª equipa cinotécnica de deteção de venenos, pioneira em Portugal. O projeto tem como objetivo promover o aumento da população de Águia-imperial ibérica no nosso país, sétima ave de rapina mais ameaçada do mundo pela ação humana, nomeadamente pelo abate a tiro e envenenamento, sendo este último método uma das principais causas de mortalidade não natural da espécie em Espanha.
As três equipas cinotécnicas especializadas na deteção de venenos criadas neste projeto (com sete cães pastores Belga Mallinois), em conjunto com militares do Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente (SEPNA), irão intervir nas Zonas de Proteção Especial (ZPE) da Rede Natura 2000 de Castro Verde, Vale do Guadiana, Mourão/Moura/Barrancos e Tejo Internacional, Erges e Pônsul. A criação de binómios detetores de venenos irá aumentar a capacidade de vigia e controlo da ameaça, onde o despiste de casos de envenenamento na natureza será efetuado por patrulhas cinotécnicas regulares nas áreas de intervenção do Projeto que terão um carácter:
Preventivo: com o intuito de detetar situações de uso ilegal de venenos, nomeadamente a presença de iscos envenenados. Nestas situações, a utilização de cães permite fiscalizar áreas muito extensas e, por vezes, de difícil acesso;
Reativo: com o intuito de verificar situações com cadáveres ou animais selvagens ou domésticos, com indícios de envenenamento;
Criminal: facilitando a abertura de processos criminais com uma maior quantidade e qualidade de provas obtidas, num processo conduzido pelo mesmo órgão (deteção, recolha e processamento, investigação), aumentando a probabilidade de determinação e culpabilização dos responsáveis.
A este patrulhamento intensivo, concretamente direcionado à proteção da águia-imperial ibérica, está associado um efeito preventivo e dissuasor decorrente desta presença cinotécnica constante e regular no terreno.