Os presidentes das Câmaras Municipais de Vila Real de Santo
António e de Castro Marim, o presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional
(CCDR) do Algarve e o Secretário de Estado do Mar participaram, no dia 20 de
novembro, na inauguração do Projeto de Navegabilidade do Rio Guadiana, entre
Alcoutim e Vila Real de Santo António. A melhoria da navegabilidade do Guadiana
representou um investimento de 600 mil euros e permitiu a implementação de um
canal navegável com uma largura mínima de 30 metros e uma cota de serviço de
dois metros.
Com esta intervenção, o rio passa a ser navegável, em
segurança, 24 horas por dia, permitindo a circulação de embarcações com 70
metros de comprimento, 1,80 metros de calado e 1,20 metros de boca, o que
corresponde às dimensões das marítimo-turísticas. Os trabalhos contemplaram o
assinalamento marítimo de todo o canal e envolveram a colocação de uma centena
de balizas, a instalação de 100 lanternas e 100 alvos, bem como a regularização
dos fundos, o que obrigou à remoção de cerca de 5000 metros cúbicos de
sedimentos. “A obra reveste um caráter histórico e representa a concretização
de uma ambição com mais de 30 anos. Cabe agora aos municípios do Baixo Guadiana
tirar partido da navegabilidade do Guadiana, desenvolvendo a sua envolvente, de
forma a potenciar a atividade marítimo turística. No caso de VRSA, a
intervenção contribuirá igualmente para potenciar a requalificação da frente
ribeirinha da cidade”, frisou Luís Gomes, presidente da Câmara Municipal de
Vila Real de Santo António.
De acordo com o secretário de Estado do Mar, Pedro do Ó
Ramos, depois de concluída a etapa entre VRSA e Alcoutim, será entregue, em
dezembro, a candidatura para avançar com a navegabilidade até ao Pomarão,
permitindo a criação de uma via marítima segura entre o Algarve e o Alentejo. A
obra de navegabilidade do Guadiana dá seguimento à intervenção já concluída na
barra, junto a VRSA. Avaliados em 850 mil euros, estes trabalhos devolveram uma
profundidade mínima de 3,5 metros à foz do rio.
A dragagem da barra incidiu numa zona de 1250 metros de comprimento
por 60 metros de largura, tendo sido retirados cerca de 63 mil metros cúbicos
de sedimentos do fundo do rio, que foram utilizados para realimentar as praias
mais próximas da foz. A obra de navegabilidade do Guadiana foi financiada pelo
Programa Europeu de Cooperação Transfronteiriça Espanha – Portugal (POCTEP), em
Portugal conduzido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do
Algarve, sendo 25 por cento do valor da responsabilidade do Estado Português.