No ano em que passou o
testemunho da coordenação dos Estados e Comunidades Representativas da Dieta
Mediterrânica, Tavira foi palco, de 7 a 10 de setembro, da V Feira da Dieta
Mediterrânica, um verdadeiro hino a este estilo de vida tão característico dos
algarvios. Foram quatro dias repletos de iniciativas que juntaram diversas
entidades regionais, produtores e artesão locais, ao longo dos cenários
paradisíacos da cidade do Rio Gilão.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
De 7 a 10 de setembro realizou-se a V Feira da Dieta
Mediterrânica, no centro histórico de Tavira, junto às margens do rio Gilão e na
colina genética do alto de Santa Maria. No momento em que Portugal e Tavira
concluíram a coordenação anual dos sete Estados e Comunidades da Dieta
Mediterrânica, com delegações dos países presentes nesta Feira, cumpriram-se os
objetivos de educação e transmissão dos valores ancestrais da Dieta
Mediterrânica, de desenvolvimento de programas de saúde alimentar comunitária e
de estilos de vida saudáveis, de valorização dos produtos do mar e da terra,
endógenos e de proximidade, fortalecendo as economias regionais e locais e
estimulando relações de confraternização e partilha.
O respeito pelo meio ambiente e a preservação dos
ecossistemas e das paisagens culturais concedem à Dieta Mediterrânica um papel
acrescido como instrumento de contenção das alterações climáticas, de proteção
das capacidades dos solos e resposta às recomendações da FAO - Organização das
Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura em relação às «dietas
sustentáveis» pela sua escassa «pegada ecológica». O Ano Internacional do
Turismo Sustentável decretado pela UNESCO para 2017 veio chamar igualmente a
atenção dos agentes do setor e da população para a gestão correta de recursos
não renováveis.
Neste enquadramento, a programação do certame apresentou
atrativos para todas as idades e públicos, com uma feira institucional, mercado
de produtores, concertos, teatro e danças mediterrânicas, arruadas filarmónicas
e charangas, oficinas culinárias, aconselhamento cardiovascular e nutricional,
atividade física, jardim mediterrânico com espécies botânicas, exposições de
sementes e variedades endógenas, Vaivém Oceanário, jogos e espetáculos para crianças,
conferências e conversas sobre temáticas relacionadas com a Dieta
Mediterrânica, restaurantes e tascas, artesanato. No campo da música, o destaque
foi para os concertos, na Praça da República, dos Deolinda, do espanhol Miguel
Poveda, da fadista Raquel Tavares e dos HMB.
Sangre Ibérico, Monda, António Chainho, Savina Yannattou (Grécia),
Capitão Fausto atuaram no palco do Castelo, enquanto que a guitarrista Marta
Pereira da Costa se exibiu na Igreja Misericórdia. Na Igreja das Ondas ouviu-se
flauta, a voz e guitarra mediterrânicas de Isa Peixinho e Jorge Anacleto, temas
e danças do mediterrâneo com Yan Mikirumov e Marco Fernandes, a harpa de Helena
Madeira e o coro Jubilate Deo. Realce ainda para as participações locais dos
ranchos folclóricos, da Banda Musical de Tavira, dos grupos de música popular
portuguesa e coral, das oficinas de danças tradicionais mediterrânicas, assim
como de fadistas, no Largo da Capela de Nossa Senhora da Piedade.
Para o público infantojuvenil foi pensado um programa
especial, com o Largo do Brincar, espaço para contos tradicionais com António
Fontinha, Marionetas Mandrágora e Companhia Valdevinos, o espetáculo «Mão Verde»,
com música de Pedro Geraldes, as lengalengas cantaroladas por Capicua e muitas
outras surpresas. A gastronomia mediterrânica, com sabores do mar e da terra,
esteve em evidência na «Praça da Convivialidade», localizada junto ao Castelo
de Tavira no Parque do Palácio da Galeria. Também os restaurantes do litoral,
do barrocal e da serra se associaram à Feira da Dieta Mediterrânica e disponibilizaram,
durante o certame, ementas mediterrânicas.
Foi igualmente possível usufruir de atividades de animação
turística, passeios pedestres, caiaque e bicicleta, bem como visitar as
Coleções de Fruteiras, no Centro de Experimentação Agrária de Tavira (CEAT),
sob a orientação dos técnicos da Direção Regional de Agricultura e Pescas do
Algarve (DRAP Algarve). Mais visitas guiadas se puderam fazer, desta feita à
exposição «Dieta Mediterrânica, Património Cultural Milenar», patente no Museu
Municipal de Tavira – Palácio da Galeria, sob a orientação da antropóloga Luísa
Ricardo. A exposição reflete a história e as histórias; as comidas, da paisagem
até ao prato; os ritmos e os compassos da festa; os gestos do quotidiano e as
memórias do antigamente.
Leia a reportagem completa em:
https://issuu.com/danielpina1975/docs/algarve_informativo__124
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