A Quinta da Tôr abriu as suas portas, no dia 9 de setembro, para uma iniciativa especial dinamizada em parceria com o projeto «Loulé Criativo», com os participantes a percorrerem todos os passos da vindima, desde a apanha das uvas no terreno até à sua pisa na adega. Pelo meio, houve a oportunidade para ir provando os rosés e tintos da Quinta da Tôr de Mário Santos, culminando num almoço bem animado e tradicional.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

Não é todos os dias que podemos participar nas vindimas do princípio ao fim, ou seja, andar nas vinhas a apanhar as uvas, depois transportá-las para a adega, esmagá-las e pisá-las no lagar, à boa moda dos nossos antepassados, rodeado de cubas de inox e de barris de carvalho francês com mais de 200 anos. Por isso, não foi de estranhar a forte adesão ao workshop dinamizado pelo «Loulé Criativo» e a Quinta da Tôr, no dia 9 de setembro, com muitos algarvios e residentes estrangeiros a rumarem a esta típica aldeia do interior do concelho de Loulé.
Em pleno barrocal algarvio, perto da famosa ponte romana, localizam-se os terrenos da Quinta da Tôr, de Mário Santos, onde as uvas são colhidas e enviadas de seguida para a adega construída na propriedade, para depois os vinhos serem vinificados, amadurecidos e engarrafados, antes de darem origem a tintos e rosés bastante conceituados no contexto regional e nacional. Um desenvolvimento que não estava na mente de Mário Santos quando investiu na aquisição da propriedade, em 2011, numa altura de forte desconfiança em relação ao sistema bancário. “Havia muitas alfarrobeiras que se queimavam quase sempre, por causa da geada, e decidimos reconverter o terreno, que estava em descanso, para vinha”, conta o empresário. “Foi tudo bem cavado, com a máquina sempre pelo lado exterior para não pisar e só foi adubado este ano”.
Recuando ao passado, Mário Santos revelou que estes terrenos estiveram na mesma família desde 1500, antes de mudarem de mãos em 2011. “Naquele dia não sai de casa para comprar uma vinha, mas surgiu a oportunidade e arrisquei, sobretudo pela ligação afetiva que tenho a este lugar, porque fui criado a poucas centenas de metros desta propriedade. A vinha estava abandonada, decidi podar e lavrar e depois logo se via o que acontecia”, relatou, perante a plateia de participantes no workshop, antes do grupo se dirigir para a vinha. “Depois de apanhadas as uvas, percebi que tinha que fazer uma adega e reconvertemos um armazém para esse efeito, mas já está pequena para a produção atual. Neste momento, as contas estão equilibradas, a produção está a ser maior do que as vendas, mas estão a crescer a um ritmo bastante intenso. Os vinhos também vão melhorando ao longo dos anos e, em 2017, estamos a lançar o «Reserva» de 2014. No próximo ano vamos ter a novidade dos brancos”, prosseguiu Mário Santos.