Foi há sensivelmente um mês
que se conheceram os vencedores da edição de 2016 do «Ideias em Caixa»,
concurso desenvolvido pelo CRIA da Universidade do Algarve, em parceria com o NERA, a ANJE, a Caixa Geral de
Depósitos e o IAPMEI. A grande vencedora deste ano foi a Pluralo, plataforma
colaborativa que pretende ajudar empresários, agentes e comissionistas que
operam negócios de animação turística.
Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina
Foram anunciados, no dia 14 de julho, os vencedores do Concurso
de Ideias de Negócio «Ideias em Caixa 2016», promovido pelo CRIA, da Universidade do Algarve, em parceria com a Associação
Empresarial da Região do Algarve (NERA), Associação Nacional de Jovens
Empresários (ANJE), Caixa Geral de Depósitos e Agência para a
Competitividade e Inovação, I.P. (IAPMEI). O objetivo do concurso é fomentar a
iniciativa empresarial e o empreendedorismo qualificado e inovador, em especial
nos setores de referência da RIS3 Algarve, nomeadamente «Turismo», «Mar», «Agroalimentar»,
«Economia Verde», «Saúde e Ciências da Vida» e «TIC e Atividades Culturais e
Criativas».
De um extenso lote de participantes, destacou-se a Pluralo,
uma plataforma colaborativa que pretende criar uma ferramenta que dê
assistência a empresários, agentes e comissionistas do ramo da animação
turística, ou seja, que ajude na gestão das operações diárias destas empresas,
dando suporte às vendas nos múltiplos canais de distribuição dos tempos
modernos. “As empresas vendem os seus serviços nos agentes comissionistas, nas
suas plataformas online e nos seus
balcões de venda direta, mas sentem uma grande dificuldade em conseguir gerir
toda esta informação em tempo real, de uma forma simples e rápida, ao mesmo
tempo que procuram melhorar as experiências vividas pelos seus clientes. Este
projeto tem alguns sócios ligados precisamente à animação turística que sentiam
este problema e verificamos que existia aqui uma oportunidade de mercado para
desenvolver a Pluralo”, explica Natacha Parreira, licenciada em Novas
Tecnologias de Comunicação e que foi consultora durante vários anos nos ramos
da tecnologia e design.
Depressa se compreendeu, igualmente, que esta plataforma
faria mais sentido se envolvesse um grande número de agentes, de empresários,
unidos por uma dificuldade comum. E depressa se percebeu, também, que estes
empresários estavam dispostos em fazer parte de um projeto que pretende ser
colaborativo, onde todos possam ganhar uns com os outros, até porque os
«segredos do negócio» de cada um estão perfeitamente salvaguardados. “Não
precisamos ter acesso a informações sensíveis para conseguirmos desenvolver
este produto. Convidámos várias empresas para integrar a fase-piloto, que está
a decorrer neste momento, porque não queríamos criar um produto com base
naquilo que já conhecíamos do mercado, ou naquilo que achávamos que o mercado
sentia. A ideia era que as empresas e os agentes partilhassem as suas experiências
e problemas do dia-a-dia, contribuindo com sugestões para um software que desse resposta às suas
necessidades”, refere a entrevistada, à conversa na Marina de Albufeira.
De facto, vive-se uma época de partilha, de se trabalhar em
rede, de se criar parcerias, não fazendo sentido monopolizar conhecimentos que
possam contribuir para o desenvolvimento de todos. É neste cenário que a
Pluralo tem crescido, mesmo sabendo-se que algumas pessoas podem ser mais
resistentes a esta partilha de informação. “Contudo, aqueles que querem dar o
salto para um patamar superior, que querem passar para o próximo nível, sejam
pequenos, médios ou grandes empresários, alteram a sua abordagem, a sua
filosofia. Para se dar esse passo é preciso construir em conjunto e o nosso
foco está na vertente tecnológica, não estamos interessados em fazer
concorrência a quem opera na animação turística. Essas empresas também estão
concentradas em prestar o melhor serviço possível aos seus clientes e não
propriamente em desenvolverem ferramentas tecnológicas, portanto, há uma boa
conjugação de interesses”, observa Natacha Parreira.