A água da Quinta do Lago é a única no país com qualidade
certificada desde a origem até à torneira dos consumidores e, por isso, a
Infraquinta decidiu dar-lhe identidade própria. Desde dia 28 de julho, a água
mais segura do país passou a chamar-se «ÁguaIQ», a única que junta a
certificação do produtor, detida neste caso pela «Águas do Algarve», à agora
conquistada certificação da distribuição até ao consumidor final, atribuída neste
dia à Infraquinta.
A conquista representa “um degrau acima da excelência”, fez
notar o diretor de qualidade da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e
Resíduos (ERSAR), Luís Simas, durante a cerimónia que instituiu a Infraquinta
do estatuto de primeira entidade de distribuição de água em baixa (isto é, que
leva a água até à torneira do consumidor final) a concluir com sucesso o
criterioso processo de certificação do Produto Água para Consumo Humano. A
realização de um número de análises 10 vezes superior ao que estabelece a
legislação e o despiste periódico de mais de quatro mil parâmetros por ano,
incluindo muitos que não têm carácter obrigatório como é o caso da Legionella,
Salmonella e Giardia, são exemplos de procedimentos previstos no plano de
segurança adotado pela empresa em 2014, ao qual o presidente do conselho de
administração da Infraquinta atribui “o primeiro passo para chegar aqui”. “Enquanto
o plano de controlo da qualidade da água obrigatório por lei exige à
Infraquinta 24 análises por ano, o plano de segurança exige 286 análises e,
ainda assim, a Infraquinta planeia efetuar, em 2017, 310 análises”, demonstrou
Miguel Piedade.
Este rigor, associado aos avançados sistemas de
monitorização inteligentes e a um código de procedimentos que procura minimizar
todos os riscos de degradação de qualidade, como seja a desinfeção de
ferramentas antes e depois da sua utilização, faz da água que abastece os cerca
de dois mil domicílios da Quinta do Lago a mais segura de todo o país. Uma boa
experiência que o presidente da Câmara Municipal de Loulé quer agora replicar
em todo o território. “Primeiro, nas outras empresas municipais que servem as
zonas turísticas do litoral e depois estender a todo o concelho”, manifestou Vítor
Aleixo.
Também presente na cerimónia esteve o secretário de Estado
do Ambiente, que lembrou que “há 40 anos, metade da população portuguesa não
tinha serviço nas suas torneiras e, das que tinham, uma boa parte registava uma
qualidade discutível”. “Hoje, 95 por cento das pessoas tem água da rede pública
nas suas casas e 99 por cento dessa água tem a garantia de que podemos beber”, frisou
Carlos Martins, descrevendo um percurso de sucesso que hoje coloca o sector da
água em Portugal em oitavo entre 258 países no ranking de desempenho.
O membro do Governo assumiu, por isso, felicidade por
assistir a este caso de sucesso no Algarve, destacando a sinergia gerada pelo
facto da «Águas do Algarve» ter sido a primeira entidade produtora de água a
alcançar a certificação. “Também a primeira entidade de distribuição em baixa a
ser certificada é do Algarve e só posso agora desejar que esta sinergia se
multiplique rapidamente a outros territórios servidos pela Águas do Algarve e
que sirvam de exemplo para se estender em mancha de óleo por esse país”.
O presidente do conselho de administração da Infraquinta
aproveitou a oportunidade para anunciar que a rede de abastecimento da Quinta
do Lago, com cerca de 70 quilómetros de condutas, reforçou o estatuto de campeã
nacional da luta contra o desperdício de água. “Quando pensávamos que seria
muito difícil melhorar o índice de desperdício que, em 2015, se situava em 6,3
por cento, verificamos que, em 2016, através de todo o trabalho de
monitorização e tecnologia de gestão inteligente, conseguimos fazer descer este
valor para 4,6 por cento”, revelou Miguel Piedade. Num ano em que a seca se faz
sentir em boa parte do país, os números record trouxeram satisfação ao
governante, que fez notar que, “em Portugal, ainda se perde mais de 30 por
cento da água disponibilizada nas redes e até há sistemas que perdem cerca de
70 por cento do que introduzem na rede”.