A Autarquia de Loulé assinalou o Dia do Município com uma semana repleta de atividades envolvendo todos os quadrantes da população, do interior ao litoral. Quanto ao feriado municipal propriamente dito, comemorado a 25 de maio, iniciou-se com o tradicional hastear das bandeiras na fachada do edifício da Câmara Municipal, a que se seguiu, do outro lado da rua, no espaço da Assembleia Municipal, a Sessão Solene.
O momento começou com a entrega da Medalha de Mérito Municipal a diversas individualidades e entidades do concelho. Foram homenageados Carlos Silva Gomes, militar da GNR, atualmente a exercer funções de Oficial de Ligação do Ministério da Administração Interna junto da Embaixada de Portugal em Paris, com a Medalha de Mérito – Grau Ouro. Com o Grau Prata foram agraciados o empresário João dos Santos Simões, sócio da Gráfica Comercial, que teve também um importante papel político durante o período do 25 de abril; o ilustrador Luís Furtado, nome indissociável do Carnaval de Loulé; o poeta popular Manuel de Brito Pardal (a título póstumo); Filipe Leal Viegas (a título póstumo), antigo vice-presidente da Câmara e desportista; o médico ginecologista/obstetra José Manuel Pires Teixeira; o padre Fernando Pedro, à frente da Paróquia de Salir há mais de quatro décadas; e o «BTT Terra de Loulé», atualmente a maior escola e o maior clube de ciclismo do país. A Autarquia atribuiu ainda duas Medalhas de Mérito – Grau Bronze a duas personalidades ligadas ao desporto: Daniel Faísca Coelho, que se destacou no karaté, tendo sido um dos impulsionadores da modalidade no Algarve; e Faustino Pires, com um percurso assinalável enquanto jogador, técnico e dirigente de rugby.

Os agraciados com a Medalha de Mérito Municipal na Sessão Solene do Dia do Município de Loulé

No uso da palavra, e por se estar a findar o ciclo político iniciado aquando das eleições autárquicas de 2013, Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé, aproveitou para efetuar uma breve análise do trabalho realizado ao longo destes quatro anos. “O poder local tem que governar, em primeiro lugar, para as pessoas, tem sido essa a nossa motivação desde que iniciamos funções e assim continuará a ser até ao fim do presente mandato. Podemos promover muitas atividades e levar a cabo muitas iniciativas mas, se estas não tiverem como finalidade servir as pessoas, de pouca importância se revestirão”, considerou o edil, lembrando que se incentivou a discussão pública de documentos importantes para a atividade municipal e comunitária, como se verificou com o Regulamento Municipal de Utilização e Edificação e com as alterações regulamentares ao Plano Diretor Municipal. “Foram níveis de participação bastante elevados, até aqui nunca vistos, e são ferramentas de gestão de primeira linha do nosso território e da nossa vida coletiva”.
Os bons resultados do Orçamento Participativo em Loulé também foram lembrados por Vítor Aleixo, com os cidadãos a avançarem com as suas propostas, muitas delas já concretizadas ou em fase de construção. “O diálogo, a proximidade e a confiança que depositamos nas juntas de freguesia está bem patente no aumento bastante significativo dos recursos financeiros que, em quatro anos, foi possível transferir para elas, para que melhor possam exercer o seu papel e servir os cidadãos”, frisou ainda.
A mobilidade para todos, a eficiência energética, a adaptação às alterações climáticas, a reabilitação urbana e o aproveitamento da cultura popular não foram também esquecidos por Vítor Aleixo. “Os nossos munícipes não se reveem num passado pouco audaz, pouco amigo do ambiente, pouco virado para as preocupações com a sustentabilidade territorial. As políticas devem ser coerente, eficazes e oportunas, dando resposta às necessidades da comunidade e tendo por base uma visão estratégica e uma avaliação do seu impacto futuro. Não faz sentido nenhum ser autarca se não percebermos, sentirmos, para onde o mundo caminha. Sem esse sentido de orientação, a governação local seria uma verdadeira navegação à vista”, apontou.
O presidente da Câmara Municipal de Loulé recordou ainda a necessidade de recuperar a autarquia de “uma dívida sem precedentes nas administrações”. “É importante uma gestão equilibrada, que fomos sendo capazes de executar e que está patente nos bons resultados alcançados. Usufruímos da boa conjuntura macroeconómica que se revelou em Portugal nos últimos anos, mas também houve um imenso trabalho nosso e um enorme sentido de responsabilidade e, hoje, estamos a atravessar um bom momento, em que nos sentimos seguros e confiantes em relação ao futuro”, assumiu o autarca.

Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé

Depois de “remediar, reformular e repensar projetos que não se ajustavam às realidades e necessidades atuais”, o executivo liderado por Vítor Aleixo concretizou obras como a Avenida Papa Francisco e a Avenida do Atlântico, em Quarteira; concluiu-se a primeira fase do Passeio das Dunas em Quarteira e Vilamoura, com o concurso público para a segunda fase a ser aberto em breve e os projetos para a terceira fase a estarem praticamente terminados. Em Loulé, iniciou-se a recuperação do Solar da Música Nova, onde ficará instalada a Banda de Música Filarmónica e o Conservatório de Música de Loulé; avançou igualmente a recuperação do Palácio Gama Lobos. “Estamos a construir novas instalações para a GNR de Quarteira e Almancil, pavilhões desportivos em Quarteira e Almancil, uma nova escola básica e um espaço cultural em Quarteira. Estamos a entender-nos com o Governo da República para que possamos, nós próprios, concluir a circular norte de Loulé, porque temos condições financeiras para isso”, adiantou o edil.
Vítor Aleixo esclareceu, entretanto, que o interior do concelho não foi esquecido e muitas melhorias tem sido realizadas. “É um território debilitado economicamente, envelhecido demograficamente, e que necessita de uma «descriminação positiva» que tem sido praticada, há muitos anos, por todos os executivos que têm passado pelo Município de Loulé. Temos a obrigação e o dever, ético e moral, de ser solidários com as populações do interior”, defendeu.
Antes de finalizar, Vítor Aleixo revelou, em primeira mão, que a exposição «Loulé - Territórios, Memórias e Identidades» será inaugurada, no dia 21 de junho, no Museu Nacional de Arqueologia, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, ali ficando patente durante um ano. “É um extraordinário acontecimento para a nossa história local. São cerca de sete mil anos contados por 600 peças, muitas delas expostas pela primeira vez ao público, com textos lindíssimos da autoria da nossa ilustre conterrânea Lídia Jorge. Iremos lembrar muitos louletanos que contribuíram para fazer da nossa terra aquilo que ela é hoje, numa montra da história e tradições de Loulé”.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina