Steven Sousa Piedade, presidente da Junta de Freguesia do Montenegro, José Rosa Nunes, presidente do Centro de Ténis de Faro e Paulo Santos, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Faro |
O Centro de Ténis de Faro organiza, pelo 25.º ano
consecutivo, o torneio internacional de ténis «Faro Future Portugal 2», entre
os dias 4 e 12 de março. Com um prize money de 15 mil dólares, a competição conta
para o ranking mundial ATP Tour e terá a participação de 160 jogadores de
ténis, em representação de mais de 30 países. “A caminhada teve início, em
1992, com o «Ladies Open», prova de 10 mil dólares exclusivas para senhoras. O
ténis feminino é mais bonito, tecnicamente, de se ver e não estávamos
habituados a ver atletas profissionais daquele nível”, recordou José Rosa
Nunes, presidente da direção da entidade, durante a conferência de imprensa de
apresentação do torneio.
Seis anos depois, o evento integrou o circuito de satélites
de 25 mil dólares, antes de passar, já no novo milénio, para os «Future», de 10
mil dólares, um modelo onde as provas duram apenas uma semana e que atrai mais
espetadores. “São três torneios seguidos, o primeiro em Vale do Lobo, depois
Faro e, finalmente, em Loulé. Optámos por esta altura do ano por existirem
menos torneios na Europa e a maior parte dos jogadores vem ao Algarve, graças
às nossas fantásticas condições climatéricas”, explicou o dirigente. “Começamos
com mais de 500 inscritos, mas o limite máximo permitido pela Federação
Internacional de Ténis (ITF) para os «Future» é de 160 atletas. Para que não
ficassem muitos de fora, as organizações das três semanas projetaram um pré-qualifying,
onde os respetivos vencedores têm acesso ao quadro principal dos
torneios”.
Outra imposição recente da ITF é que os prize-moneys dos
«Future» não podem ser inferiores aos 15 mil dólares, o que exigiu um maior
esforço financeiro ao Centro de Ténis de Faro, mas José Rosa Nunes destacou a
postura da Federação Portuguesa de Ténis que, pela primeira vez, suporta metade
dos prémios monetários. Para além desta ajuda, o responsável pelo torneio
deixou um agradecimento especial à Câmara Municipal de Faro, que retomou, em
2016, o apoio financeiro a esta instituição, num pacote anual que engloba todas
as provas organizadas. “É um apoio fundamental para o clube crescer, não só
para os eventos que dinamizamos, mas também para melhorar as instalações”, assumiu.
Parceiro importante é também a Junta de Freguesia do
Montenegro, que este ano se juntou à organização do «Faro Future Portugal 2» e
duplicou o apoio financeiro, a que se soma outros contributos em termos de
logística. José Rosa Nunes fez ainda questão de agradecer à Garrafeira Soares e
à Optimax, com o rol de patrocinadores a incluir também o Rialgarve e Hotel
Baltum (hotéis oficiais do torneio), Frangaria, Crédito Agrícola, Decathlon e
Artengo. “Tudo isto é essencial porque as despesas são avultadas. O torneio
precisa de árbitros internacionais e só o orçamento para eles ronda os cinco a
seis mil euros. São seis árbitros e o juiz-árbitro do torneio será o farense
Marco Romão, que nasceu aqui no clube e, neste momento, é um dos mais
conceituados do mundo”, referiu o professor Rosa Nunes.
A ação arranca, então, nos dias 4, 5 e 6 de março, com o qualifying de 128 jogadores, seguindo-se
o quadro principal. A final de pares está prevista para as 15h de dia 11 de
março e a final de singulares para a mesma hora do dia seguinte e o torneio
voltará a ter a cobertura da RTP2. “A televisão é um custo pesado, e suportado
por nós, mas é fundamental para dar visibilidade aos nossos patrocinadores e
para divulgar Faro e Montenegro durante a competição. Haverá ainda o livestreaming e qualquer pessoa, esteja
onde estiver, pode ver os jogos dos campos 1 e 2, ao vivo”, revelou o
presidente do Centro de Ténis de Faro, que falou ainda das receitas provenientes
das apostas online. “Os árbitros de cadeira estão a dar, em tempo real, os
resultados de todos os jogos e as apostas têm vindo a crescer de ano para ano.
É uma verba que nos ajuda a cobrir as taxas de inscrição do torneio, porque
temos que pagar 10 por cento do prize-money à ITF, ou seja, 1500 euros, mais
100 euros para a Federação Portuguesa de Ténis”.
Feitas as contas, o «Faro Future Portugal 2» é um torneio
caro, mas que se paga a ele próprio, assegurou José Rosa Nunes, daí não haver
receio em continuar a investir nele. “Fazemos à volta de 20 eventos ao longo do
ano, todos têm a sua importância, desde os sociais aos oficiais, mas este é o
internacional com maior responsabilidade”, reconheceu José Rosa Nunes. “Cada atleta
deixa mais de 100 euros por dia no concelho e normalmente não vêm sozinhos,
trazem o treinador, o pai ou a mãe, outros trazem namoradas ou amigos. Não é de
admirar que, mal o torneio acaba, o comércio e a restauração local nos
perguntem logo quando começa o próximo”, acrescentou o dirigente.
Presente da conferência esteva Paulo Santos, vice-presidente
da Câmara Municipal de Faro, que enalteceu o contributo que a instituição tem
dado, ao longo da sua existência, para a promoção do desporto no concelho. “O
«Faro Future» é a grande montra internacional, mas há que louvar o constante
empenho, dedicação e profissionalismo do Centro de Ténis de Faro, junto de
todos os escalões etários. Quanto ao evento em concreto, são 10 dias com uma
enorme afluência de pessoas, o que faz com que toda a economia local mexa,
ainda por cima numa altura de época baixa”, salientou. “O Professor Rosa Nunes
está permanentemente a reinventar-se, a evoluir, a inovar, e isso depois nota-se
pelo reconhecimento que alcança, tendo sido eleito, mais uma vez, o clube
algarvio do ano”.
Satisfeito com o sucesso do evento está igualmente Steven Sousa
Piedade, presidente da Junta de Freguesia do Montenegro, confirmando o peso da
atividade do Centro de Ténis de Faro na economia local. “Montenegro gira muito
em torno dos estudantes mas ter cá, durante 10 dias, cerca de 400 pessoas, é um
balão de oxigénio para o comércio. Mas há que salientar todo o trabalho
desenvolvido na introdução de novas modalidades no Algarve, primeiro o Padel,
agora o Padbol, que criam fatores de atração à freguesia. O professor Rosa
Nunes é assim – ainda não concluiu um desafio, já está a pensar no próximo – e
é isso que precisamos para a freguesia, para o concelho e para a região”.