Numa iniciativa pioneira no país, Vídeo Lucem, que em português significa «Vejo a Luz», leva o cinema às igrejas do Algarve e promove a cultura e a sétima arte na região. Esta iniciativa, que arrancou no dia 10 de novembro de 2016, prolonga-se até maio deste ano e irá exibir um total de 22 filmes em 22 igrejas. Entre fevereiro e março, as igrejas abrem as suas portas para receber grandes êxitos do cinema francês, italiano, americano e japonês, entre os séculos XX e XXI. 
Ainda durante o mês de fevereiro poderá assistir a duas grandes obras cinematográficas: «2001: Odisseia no Espaço» e «A Harpa Birmanesa». O primeiro é um filme anglo-americano de 1968 dirigido e produzido por Stanley Kubric que lida com os elementos temáticos da evolução humana, existencialismo, tecnologia, inteligência artificial e vida extraterrestre. É notável pelo seu realismo científico e reconhecido como um dos maiores e mais influentes filmes já feitos e pode ser visto dia 23, na Igreja Matriz de S. Clemente (Loulé), às 21h30. «A Harpa Birmanesa», produzida pelo cineasta japonês Kon Ichikawa em 1956, é um manifesto solene e didático contra a guerra inspirado em valores budistas e será exibido dia 24, na Igreja de São Francisco (Loulé), às 21h30.


Também o mês de março será rico em cinema com quatro novos filmes a estrearem pelos concelhos de Vila Real de Santo António, Lagoa e Albufeira. O primeiro filme, «O Evangelho Segundo São Mateus» de Pier Paolo Pasolini (1964), passa na Igreja de Cacela Velha, no dia 9, e reinventa a figura mítica de Cristo. No dia seguinte (dia 10), a Igreja Matriz de Vila Real de Santo António abre as suas portas para receber a obra do italiano Nanni Moretti «Habemus Papa», uma comédia dramática sobre a dúvida, a angústia e a vulnerabilidade do ser humano. Na segunda quinzena de março, Vídeo Lucem ruma até ao barlavento algarvio e leva à Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Ferragudo (Lagoa), o primeiro filme de Roberto Rosselini - «Stromboli» - um romance neo-realista italiano filmando em cenários naturais, na ilha vulcânica de Stromboli (Sicília) e com os próprios habitantes como atores, apresentando por isso um forte valor documental. «A Paixão de Joana D’Arc», o famoso filme mudo de Carl Theodor Dreyer que detalha as últimas horas de vida de uma jovem após ter sido capturada pelos ingleses, encerra o cartaz de março na Igreja de Sant’Ana (Albufeira), no dia 24. Todas as sessões de cinema são de entrada gratuita e iniciam-se às 21h30.
O projeto integra o programa cultural «365 Algarve», que estreou em outubro de 2016, e conta com o apoio da Diocese do Algarve, através do Sector Diocesano da Pastoral do Turismo e do Sector Diocesano da Pastoral da Cultura, do Património e dos Bens Culturais, do Turismo de Portugal, do Ministério da Cultura, da Região de Turismo do Algarve e do Cineclube de Faro.