O Teatro Lethes apresentou, no dia 7 de janeiro, a sua programação para 2017, e muitos motivos existem para rumar a Faro e visitar um dos palcos mais emblemáticos do sul do país. Partindo para o quarto ano de direção artística da ACTA, o objetivo da equipa liderada por Luís Vicente é convocar as memórias do passado e ultrapassar a fasquia dos 10 mil espetadores.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

O Teatro Lethes vestiu-se de pompa e circunstância para dar a conhecer a sua programação para 2017, neste que será o quarto ano completo à responsabilidade da ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve. Teatro, marionetas, música, dança, poesia, documentários, debates e exposições vão marcar a agenda da capital algarvia, com o propósito de responder à diversidade de públicos dentro de parâmetros de qualidade artística, mas também de ajudar ao enriquecimento geral da comunidade no que diz respeito às problemáticas dos tempos modernos. “Vivemos um tempo complexo e o sentido da nossa programação deste ano é o da convocação da memória. Procuramos contribuir, à nossa medida e no nosso âmbito, para um melhor entendimento do nosso tempo, a fim de transformá-lo, torná-lo aprazível, prazeroso e com dimensão de futuro. A 10 anos de Faro Capital Europeia da Cultura, não poderia ser outro o nosso direito e o nosso dever”, afirmou Luís Vicente.
Logo em janeiro, o Teatro Lethes recebe mais uma edição do «Palco Aberto», um convite a todos quanto queiram exprimir os seus talentos em palco, à capela ou ensamble, visível ou invisível, de pé ou sentado ou rastejando ou fazendo o pino. A liberdade é absoluta com dois constrangimentos: não são permitidas intervenções sobre temas religiosos e propaganda. E, diga-se de passagem, três dos participantes de 2016 constam da programação deste ano, graças à qualidade apresentada.
Em fevereiro destacam-se a peça «O Feio», da Companhia de Teatro de Almada, as visitas encenadas para a infância e as «Memórias» do Teatro de Montemuro, antes de se iniciar o Ciclo de Música Euterpe. “São espetáculos à quinta, sexta e sábado, durante quatro semanas, com três géneros musicais distintos, para se conquistar outro tipo de público”, explicou Luís Vicente, dando um particular ênfase à dupla que subirá ao palco no dia 3 de março, Rão Kyao e Custódio Castelo. “São dois génios”, resumiu simplesmente.
Março principia a rúbrica trimestral do «Conversas com vida dentro», que terá como convidados José Mário Branco, Camilo Mortágua, Bento Algarvio e o Bispo do Algarve D. Manuel Quintas. No âmbito do Dia Mundial do Teatro vão decorrer visitas guiadas ao Teatro Lethes entre 25 de março e 2 de abril. Nas mesmas datas vai a cena «Um Espetáculo (Bela e Abel)», da ACTA, com Glória Fernandes e Bruno Martins, com encenação a cargo de Elisabete Martins.
Abril começa com mais uma gala de fado e, depois, a peça «As Criadas», da Companhia de Teatro de Braga, seguindo-se o regresso aos palcos de Pedro Barroso. “Foi um cidadão, o Vítor Ferreira, que se disponibilizou para pagar o cachet ao Pedro Barroso, num ato muito bonito que há que realçar”, revelou Luís Vicente. E abril termina com «Allgarve ainda é Portugal», da Sociedade Recreativa Bordeirense e o «Re-Pouso», por ocasião do Dia Mundial da Dança e do Dia Mundial do Jazz, concebido pela coreógrafa Filipa Rodriguez, em parceria com o músico Luís Miguel e a Orquestra Visual do Algarve.