Tomou posse, no dia 5 de janeiro, a direção-geral da Associação Académica da Universidade do Algarve, mais uma vez encabeçada por Rodrigo Teixeira. No seu segundo mandato, o estudante de Mestrado Integrado de Ciências Farmacêuticas quer continuar a aproximação aos estudantes, representar o melhor possível os interesses dos colegas dentro e fora da academia e prosseguir com a recuperação da saúde financeira da associação académica.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Daniel Pina

Aos 22 anos de idade, Rodrigo Teixeira, aluno do Mestrado Integrado de Ciências Farmacêuticas, parte para o segundo mandato à frente da Associação Académica da Universidade do Algarve, numa recandidatura que foi natural porque num ano é impossível concretizar todos os desafios a que a direção se tinha proposto. Desafios que assentam em três pilares fundamentais, conforme explicou o presidente dias antes da tomada de posse oficial: uma maior aproximação da associação académica aos estudantes; uma melhor representação interna e externa da associação académica; e a continuação da recuperação financeira da associação académica. “Tivemos mais assembleias-magnas e reuniões gerais de alunos para ouvirmos as opiniões dos estudantes e, com isso, poder representá-los da melhor forma possível. Internamente, estivemos representados em todos os órgãos da Universidade do Algarve para fazer valer a opinião dos estudantes. A nível externo, estivemos na Assembleia da República, reunimo-nos várias vezes com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, fomos ao Parlamento Europeu, dialogamos com as Câmaras Municipais de Faro e de Portimão e com o Instituto Português do Desporto e Juventude”, refere o jovem farense.
A reestruturação financeira da Associação Académica da Universidade do Algarve tem sido uma prioridade desde 2012, depois de se ter atingido um milhão de euros de passivo, e o sonho de Rodrigo Teixeira é que, dentro de dois ou três anos, os futuros dirigentes deixem de ter esta enorme dor-de-cabeça. “Trata-se de um trabalho muito silencioso e que não se vê no dia-a-dia, mas fará a diferença para se ter uma associação académica mais forte no futuro”, garante o entrevistado, que já tinha sido secretário-geral em direções anteriores e feito parte do Núcleo de Estudantes de Ciências Farmacêuticas e do Núcleo Pedagógico da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade do Algarve.
Experiência que é fundamental porque as associações de estudantes são, em certos casos, PME que gerem orçamentos de centenas de milhares de euros e têm à sua responsabilidade dezenas de empregados, confirma Rodrigo Teixeira com um abanar de cabeça. “As festas são, realmente, a faceta mais visível da atuação de uma associação académica, mas temos 23 funcionários a tempo inteiro e é um desafio tremendo manter os salários em dia, apesar de todas as dificuldades de tesouraria. O orçamento de 2016 foi de um milhão e 100 mil euros mas, antes de 2012, chegamos a ser a maior Média Empresa do Algarve, com um orçamento superior aos dois milhões de euros”, indica, explicando que, desde então, houve a necessidade de se encerrar centros de cópias e bares e despedir funcionários para se emagrecer a estrutura e tentar reequilibrar as contas. “É um trabalho que tem que continuar a ser feito e é preciso que haja sempre lucro nos nossos eventos para ir abatendo nas dívidas do passado”.
Deste modo, quando alguém se candidata a presidente de uma associação académica, deve estar ciente dos desafios que o esperam e não pensar apenas em ter mais uma atividade fora de aulas para enriquecer o seu currículo. “São dois bares (Penha e Gambelas) e três centros de cópias (Penha, Gambelas e Escola Superior de Saúde) para gerir, mas estes serviços também nos ajudam a estar mais próximos dos nossos colegas”, reconhece o dirigente.