No âmbito do Ciclo «Nós ao espelho» realiza-se, a 25 de janeiro, pelas 18h, na Galeria de Arte da Praça do Mar, em Quarteira, a Conferência «O lugar de Quarteira na Baixa Idade Média. O espaço agrícola anterior à povoação», por Cristóvão Almeida, integrada nas comemorações do Centenário da Freguesia.
Embora os indícios da tentativa de criar um povoado no lugar de Quarteira datem apenas do início do século XVI, o topónimo surge na documentação cristã, pela primeira vez, no Foral de Loulé de 1266. Até o final da Idade Média, a documentação régia, concelhia e eclesiástica revela um espaço com aptidões agrícolas relevantes, no contexto do território louletano. Tal atrairia a atenção da coroa, que reservaria a área para seu reguengo e promoveria a vinda de lavradores, com vista ao melhor aproveitamento possível das terras, prevalecendo, contudo, um povoamento disperso.
Cristóvão de Almeida tem 40 anos. Nasceu em França mas reside em Loulé há três décadas. Licenciou-se em História (via Estudos Islamo-árabes), na Universidade de Évora, em 2014. Atualmente, é mestrando em História e Patrimónios (via História do Algarve), na Universidade do Algarve, faltando apenas a defender a tese intitulada «Da vila ao termo. O território de Loulé na Baixa Idade Média».
Nesta investigação, a vila é vista sobretudo como o centro de um território, desenvolvendo-se numa relação de interdependência com o seu espaço rural, no qual habitaria cerca de metade da população do concelho, e do qual provinha grande parte das produções agrícolas, para o consumo da população vilã e para o comércio externo. O autor procurou, assim, sair dos limites físicos da vila e arrabaldes, analisando os limites do território louletano, o processo de povoamento do termo, a rede viária existente, as diversas áreas habitadas, a organização e gestão do espaço, entre outros subtemas, onde território e termo são conceitos sempre presentes.