Foram já eliminados os detritos que começaram a dar à costa e a poluir os areais das ilhas-barreira da Ria Formosa. Graças à pronta intervenção das autoridades competentes e de um número significativo de voluntários que deitaram mãos à obra, a maré poluente de uma substância que veio a ser identificada como óleo de palma, que solidificou parcialmente devido às baixas temperaturas, foram retiradas, e a ameaça ambiental suprimida.
Após ter sido dado o alerta no dia 3 de janeiro da chegada à costa da Ilha da Culatra de uma substância poluente, foram ativados pela Capitania do Porto e pelo Comando Local da Polícia Marítima de Olhão todos os procedimentos de atuação e investigação. Paralelamente, iniciou-se também a verificação da existência desta substância nas outras áreas de jurisdição das Capitanias do Departamento Marítimo do Sul, tendo-se concluído que esta substância também se encontrava na ilha Deserta, na área de jurisdição da Capitania de Faro, bem como na ilha da Armona. Simultaneamente, foi recolhida e enviada uma amostra da substância para a Agência Portuguesa do Ambiente, a fim de se analisar e identificar o produto poluente.
Face à quantidade de substância - cerca de 20 quilómetros nas três ilhas - e uma vez que se encontravam afetadas as áreas de duas capitanias, foi ativado o Plano Mar Limpo - Grau 2 de prontidão, que prevê a coordenação da operação ao nível do Chefe do Departamento Marítimo do Sul e o envolvimento de elementos da Marinha e da Autoridade Marítima de todo o Algarve. Ainda no dia 7 de janeiro, cerca de 40 elementos da Autoridade Marítima Nacional e Marinha iniciaram a remoção do material poluente junto ao núcleo do Farol, na ilha da Culatra.
Quer os habitantes das ilhas, quer a restante população da região responderam prontamente ao apelo das autoridades no sentido de angariar voluntários que colaborassem nas ações de limpeza e, no sábado, estiveram envolvidas cerca de 100 pessoas, entre as quais cerca de 40 voluntários. A Ilha Deserta ficou livre de poluição ainda no sábado, o que libertou recursos logísticos e humanos para a Armona, onde as operações de limpeza decorreram este domingo, dia ao longo do qual, graças ao facto de esta ilha não ter sido tão fortemente «castigada» pela poluição, as operações ficaram concluídas. No domingo, estiveram empenhadas cerca de 150 pessoas nas ações de limpeza, entre as quais cerca de 100 voluntários.
Para dar por concluída esta operação, ficará apenas a faltar que os respetivos municípios procedam à remoção dos sacos contendo o material poluente, o que já aconteceu na Ilha da Armona, onde os Serviços da Ambiolhão procederam de imediato à recolha dos sacos este domingo, que ainda hoje serão depositados em aterro. A Câmara Municipal de Olhão, a Proteção Civil Municipal e a Empresa Municipal Ambiolhão estiveram envolvidas desde a primeira hora nesta iniciativa de combate à poluição na Ria Formosa.