Foi inaugurada, no dia 13 de janeiro, na Casa do Sal, em Castro Marim, a exposição «Documentar Algarve Interior», uma mostra de artes e ofícios regionais composta por 30 fotografias e por uma sequência de nove filmes legendados em inglês. Desenvolvido pela Algarve Film Comission, o projeto conta com o apoio do «365 Algarve» e vai estar patente até 31 de janeiro.

Texto: Daniel Pina | Fotografia: Eduardo Pinto

O projeto «Documentar Algarve Interior» foi desenvolvido pela Algarve Film Comission em oito concelhos algarvios – Albufeira, Alcoutim, Castro Marim, Faro, Loulé, São Brás de Alportel, Tavira e Vila Real de Santo António, com o apoio financeiro do PRODER. Na sua essência, eram nove curtas-metragens que nos davam a conhecer as tradicionais artes e ofícios do interior algarvio e nos apresentavam alguns dos rostos cujos talentos preenchem a memória e a identidade cultural do Algarve. Mais recentemente, houve a possibilidade de se legendar o filme em inglês e incluir 30 fotografias, com o apoio do programa «365 Algarve» e o produto final pode agora ser visto na Casa do Sal, em Castro Marim, até final de janeiro.
Uns dias antes da inauguração, Eduardo Pinto e Laura Carlos contaram que esta recolha decorreu entre 2011 e 2015 e que a escolha dos oito concelhos se deveu aos próprios requisitos do PRODER, por se focar em territórios de baixa densidade populacional. “Na altura, decidimos não contratar uma produtora para realizar as curtas-metragens e demos preferência a profissionais da região ou aqui radicados há vários anos e que constavam da base de dados da Algarve Film Comission”, explica Eduardo Pinto, assim surgindo os nomes de Ana Medeira, Bruno Boto Cruz, Pinar Hakverdi, Vico Ughetto, Filipe Correia, Pedro Matos, João Viegas, Sara Pereira e José Chaves, Cláudia Correia e Merco Vilela, Eric Jaspers, para além dos próprios Eduardo Pinto e Laura Carlos.
Deste trabalho no terreno resultaram 72 curtas-metragens e mais de duas centenas de fotografias e, mal se soube da existência do «365 Algarve», houve logo a vontade de se criar um filme de maior duração, com as curtas em sequência e legendados em inglês. “Mas a exposição não é só composta pelo filme e pelas 30 fotografias de 60 centímetros de dimensão, incluindo peças de artesanato concebidas por algumas das pessoas que surgem no documentário”, revela Eduardo Pinto. “No final do projeto original tivemos oportunidade para o apresentar em determinados eventos e foi gratificante ver, no público, algumas pessoas que tinham contribuído para a sua realização. É importante que elas estejam satisfeitas e que se revejam no trabalho”, destaca Laura Carlos.
A primeira versão do «Documentar Algarve Interior» foi projetada em Cacela Velha, Faro, Loulé e São Brás de Alportel, antes de ter recebido o apoio do «365 Algarve» para a inclusão de legendas e das fotografias originais. “Havia pessoas que não queriam ser filmadas mas não colocavam nenhum problema em serem fotografadas”, recorda Eduardo Pinto, que andou numa roda-viva pelo Algarve interior durante este período. E arranjar realizadores da região nem foi muito difícil, ao contrário do que se possa imaginar. “Desde 2007/2008 que andamos a descobrir talentos na Algarve Film Comission e sabíamos bem que pessoas tinham capacidade profissional para embarcar neste projeto. É verdade que ainda não se fazem muitas longas-metragens no Algarve mas, no campo dos documentários e curtas-metragens, há bastante gente com talento”, garante.