A Associação de Cozinheiros
e Pasteleiros do Algarve inicia 2017 com a primeira edição do «Saberes e
Sabores», no dia 15 de janeiro, e o objetivo é organizar diversos eventos ao
longo do ano para promover uma maior união entre os profissionais e empresários
deste ramo.
Texto: Daniel Pina |
Fotografia: Daniel Pina
Augusto Lima e Paulo Runa encabeçam a direção da Associação
de Cozinheiros e Pasteleiros do Algarve (ACPA), entidade legalmente constituída
em 2004 e que teve o seu período áureo, seguindo-se quatro ou cinco anos de
ausência de atividade. “A ideia sempre foi criar uma família de cozinheiros e
pasteleiros, onde nos pudéssemos ajudar uns aos outros a crescer
profissionalmente, aprendendo continuamente com cursos e ações de atualização”,
explica o presidente Augusto Lima, que sucedeu na liderança a Henrique Leandro
em 2015. “Desde que esteja ligado a estas
duas áreas, qualquer pessoa pode pertencer à associação, seja profissional ou
ainda estudante. Temos uma sede nova no Business Center em Lagoa, estamos a
arrumar a casa, como se diz, e já temos participado em algumas ações engraçadas
de voluntariado”, acrescenta o vice-presidente Paulo Runa.
Sendo a única entidade representativa da classe existente no
Algarve, a ACPA possui cerca de 400 sócios, grande parte deles não ativos,
porque o associativismo implica voluntariado e esse conceito nem sempre é fácil
de transpor do papel para a realidade. “Há pessoas que realmente gostam de se
envolver no associativismo, mas falar mal é fácil e fazer alguma coisa por
vezes é difícil. Estamos numa fase de nos reagruparmos, de voltarmos a contatar
os sócios, para depois crescermos”, indica Augusto Lima, com a dupla a preferir
não alongar-se mais sobre o que aconteceu no passado. “O importante é
trabalharmos em prol da classe e, por exemplo, prestamos apoio jurídico a quem
tiver problemas laborais. Vamos também recomeçar a dar apoio à formação nas
áreas de pastelaria, padaria e cozinha”, prossegue Paulo Runa.
Projetos não faltam, entre eles retomar os pequenos-almoços
de confraternização, logo pelas sete da manhã, numa unidade hoteleira onde
trabalhe um dos associados. “Serão pequenos diálogos, momentos participativos
com pessoas que possam ser uma mais-valia para nós, desde juristas a
nutricionistas. Existem igualmente os almoços ACPA, em restaurantes dos nossos
associados, todos de jaleca branca, para convivermos”, descreve Augusto Lima.
Mais formal é o «Saberes e Sabores», cuja primeira edição acontece, no dia 15
de janeiro, na Casa Modesta, em Olhão. “Pretende ser um momento de partilha
para gerir e gerar diversas valências e oportunidades entre cozinheiros,
pasteleiros, empresas, produtos e espaços de referência. Escolhemos, por isso,
um hotel rural, em Quatrim do Sul, que acabou de ganhar o prémio de melhor
hotel ecológico da Europa, e que está localizado em plena Ria Formosa”, adianta
o dirigente.
Saberes e sabores que estão novamente em evidência desde que
a Dieta Mediterrânica se tornou Património Imaterial da Humanidade, reconhece
Paulo Runa, um grande apologista deste regresso às origens e de se promover os
produtos tradicionais da região. “A gastronomia não é só coisas bonitas e
sofisticadas e há que voltar à nossa cozinha tradicional para, desse modo,
potencializar produtos que já estão esquecidos ou que não são tão utilizados
como deveriam”, frisa o empresário da restauração, garantindo que existem
vários produtores locais a trilhar esse caminho. “Estes eventos servem
igualmente para ajudar a divulgar o trabalho dessas pessoas que se sentem um
pouco sozinhas neste querer fazer”, reforça.