A Direção Regional de
Cultura do Algarve esteve em plano de destaque ao longo de 2016, pela
dinamização do programa DiVaM, pelo envolvimento em projetos como a Rota Omíada
ou a candidatura de Sagres aos Lugares da Globalização da UNESCO, e pelo
protoloco inovador que criou, em conjunto com a Guarda Nacional Republicana,
para a salvaguarda do património histórico-cultural do interior algarvio.
Texto: Daniel Pina |
Fotografia: Daniel Pina
2016 foi um ano cheio de trabalho para a Direção Regional de
Cultura do Algarve e que foi muito para além das atividades culturais
associadas aos monumentos algarvios que estão sob a sua alçada, com a
realização de diversas palestras, ações de formação e parcerias com entidades
públicas e privadas. Acima de tudo, deixou de ser, de há uns anos para cá, uma
instituição fechada sobre si própria e foi capaz de criar várias dinâmicas no
território em que está inserida, sendo um desses exemplos o DiVaM, programa de
dinamização e valorização dos monumentos criado em 2014 e cujas candidaturas
para a edição de 2017 já abriram. “Trabalhamos com as associações culturais da
região e com o apoio dos municípios para elaborar um programa que se centra
essencialmente nas famílias e nas comunidades envolventes. Em alguns dos sítios
onde os nossos monumentos estão localizados não existe um número expressivo de
equipamentos culturais, nem um acesso à cultura como se verifica noutros pontos
do Algarve, nomeadamente no litoral. Deste modo, criou-se um valor acrescentado
com o DiVaM e leva-se as pessoas a voltar a visitar o património e algumas
delas, inclusive, a fazê-lo pela primeira vez”, observa Alexandra Gonçalves.
Esta oferta cultural vai, assim, ao encontro das comunidades
e procura preencher os seus tempos livres com base num património que estava
normalmente associado à história e ao passado, sem a vida que hoje conhece. E
monumentos que não se limitam à Fortaleza de Sagres, o mais conhecido do
Algarve, pois o DiVaM envolve igualmente os Castelos de Loulé, Paderne e
Aljezur, os Monumentos Megalíticos de Alcalar, as Ruínas Romanas de Milreu e a
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe. “Gostaríamos de incluir mais monumentos,
mas os meios são escassos e nem todos possuem as condições necessárias para
acolher atividades culturais. O importante é promover e divulgar um património
que muitas vezes não é conhecido, de forma abrangente, pelas próprias
populações, mas também proporcionar uma visita ao turista, nacional e
estrangeiro, destes espaços que têm bastante mais para contar para além da
história associada às memórias passadas”, defende a Diretora Regional de
Cultura do Algarve.
Para ir ao encontro das múltiplas motivações do público
local e visitante, a oferta do DiVaM tem sido cada vez mais diversificada de
ano para ano e a edição de 2017 já está em preparação, decorrendo, até 20 de
janeiro, a fase de receção de candidaturas. “Conseguimos finalmente criar um
regulamento e normas específicas para facilitar depois a tarefa dos técnicos,
de maneira a que a avaliação não seja demasiado subjetiva e partindo de formulários
totalmente diferentes. Houve um grande esforço de uniformização das
candidaturas, queremos continuar com uma grande multiplicidade de eventos e o
tema vai ser o mesmo da candidatura à UNESCO, para que as atividades a levar a
cabo ajudem a explicar o que é isto dos «Lugares da Globalização», sabendo-se
que os monumentos do Algarve tiveram uma força especial na época dos
Descobrimentos”, adianta a entrevistada.
Leia a entrevista completa em:
https://issuu.com/danielpina1975/docs/algarve_informativo__90