A Região de Turismo do
Algarve dinamizou, no dia 6 de dezembro, mais uma Fam Trip, desta vez com
destino a Vila do Bispo e com o objetivo duplo de dar a conhecer as belezas
deste concelho, mas também o seu legado Omíada. Para tal convidou algumas
dezenas de profissionais de turismo, agentes culturais e jornalistas, numa
jornada que terminou com um deslumbrante pôr-do-sol no Cabo de São Vicente.
Texto: Daniel Pina |
Fotografia: Daniel Pina
Depois de Alcoutim, São Brás de Alportel, Monchique, Lagos,
Lagoa, Aljezur, Tavira e Silves, a Fam Trip «Redescobrir os Segredos do
Algarve», promovida pela Região de Turismo do Algarve, rumou, no dia 6 de
dezembro, ao concelho de Vila do Bispo. O propósito da iniciativa foi, como de
costume, dar a conhecer mais alguns dos segredos do principal destino turístico
do país e, em simultâneo, revelar a herança árabe na região. Aliás, a Fam Trip
a Vila do Bispo integrou a descoberta da Rota dos Omíadas no Algarve,
itinerário turístico-cultural dedicado à dinastia árabe que há mil anos
dominava o Mediterrâneo.
A jornada iniciou-se logo pela 8h30, junto à sede da RTA, em
Faro e, depois de uma breve paragem em Vale Paraíso, para recolher mais
elementos da comitiva, seguiu-se para Vila do Bispo, mais concretamente à Praça
da República, junto à Igreja Matriz de Vila do Bispo, onde nos esperavam
Adelino Soares, presidente da Câmara Municipal de Vila do Bispo, Desidério
Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve, e Alexandra Gonçalves,
Diretora Regional da Cultura do Algarve. No Centro de Interpretação de Vila do
Bispo foi feita uma pequena introdução ao território e visitou-se a exposição «Paisagens
Condutoras», um cruzamento entre arte, cultura gastronómica e património
histórico e arqueológico do Algarve, com algumas curiosas passagens sobre o
legado omíada.
Aproveitando a pausa para café, Adelino Soares lembrou que
se encontram, em Vila do Bispo, os vestígios mais acentuados da grande Pangeia,
de onde se separaram os continentes que hoje desenham o globo terrestre, mas
também aqui se podem observar pegadas de dinossauros e vislumbrar o triops
vicentinus, que vive nos charcos temporários deste concelho. O autarca falou
igualmente dos menires, da presença romana e árabe, dos Descobrimentos e do
Infante D. Henrique. “Este território tem uma série de referências que remontam
a milhões de anos atrás, mas também vários fenómenos especiais que não se
conseguem bem explicar, como o pôr-do-sol no Cabo de São Vicente”, frisou.
Continuando nesta viagem ao passado, Adelino Soares recordou
os afundamentos ocorridos, em 1917, ao largo de Vila do Bispo durante a
Primeira Guerra Mundial e que todos esses vestígios vão tornar-se, em 2017,
Património da Humanidade. “Vila do Bispo nunca foi massificado e tem uma grande
história associada. O São Vicente, por exemplo, tem muito a ver connosco e saiu
daqui para Lisboa, da qual se tornou santo padroeiro. Hoje, se calhar, somos
periféricos no Algarve mas, noutros tempos, fomos uma zona central do mundo e por
aqui passou toda a gente”, apontou o autarca, visivelmente orgulhoso do
concelho que lidera.
Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve,
reforçou a importância destes eventos para que o trade e a própria comunicação
social contatem com alguns locais menos conhecidos do Algarve e assim possam
melhor divulgar todas as suas potencialidades. “Vila do Bispo tem trabalhado
muito na diferenciação dos seus produtos e esta presença aqui enquadra-se
também na Rota Omíada, um projeto internacional que envolve a RTA, a Cultura e
os municípios. Este ano, teremos cerca de 18 milhões de turistas, mas ainda não
é suficiente. Em novembro, tivemos uma taxa de ocupação de 46 por cento, em
janeiro, teremos 30 e tal por cento, em julho e agosto, estaremos completamente
esgotados, e há que vender mais entre outubro e maio”, defendeu Desidério
Silva. “Em concelhos como Vila do Bispo, as pessoas encontram tranquilidade,
qualidade, diversidade, bem-estar e isso tem contribuído para uma taxa de
ocupação anual mais equilibrada”, reforçou.