Texto: Daniel Pina |
Fotografia: Daniel Pina
O seminário «Turismo Acessível – a caminho da igualdade» visava
sensibilizar as instituições para a necessidade de criar espaços públicos
livres de obstáculos ou adaptá-los ao usufruto de todas as pessoas, com ou sem
limitações. A ideia é que, assim, todos possam desfrutar, em pleno, dos seus momentos
de lazer, seja no quotidiano ou em férias, e para demonstrar o que pode ser
feito nesta matéria foram dados a conhecer quatro casos: Vilamoura – Mobilidade
Suave e Sustentabilidade; Anda Lisboa! Um Passeio Acessível; Parques de Sintra
Acolhem Melhor; e Turismo Inclusivo? Nicho de Oportunidades.
A sessão de abertura contou com a participação de Jorge
Botelho, presidente da Câmara Municipal de Tavira, e de Desidério Silva,
presidente da Região de Turismo do Algarve, sinal de que este é um desafio, não
só para um concelho em particular, mas para toda a região. “Podíamos ter feito
palestras de tudo e mais alguma coisa neste Dia Mundial do Turismo, mas
quisemos dedicar a nossa comemoração às questões da mobilidade, porque queremos
que, em Tavira, elas entrem na ordem do dia. Para isso, é preciso fazer muita
coisa, até porque a nossa cidade é difícil e complexa nesta matéria mas, com a reabilitação
que está a acontecer, com o turismo sustentável que pretendemos e com as
preocupações que estamos a ter, esse é o caminho a seguir”, afirmou Jorge
Botelho, que é também o presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do
Algarve.
Face ao crescimento do turismo sénior e ao próprio
envelhecimento da população residente, estão, de facto, a surgir novas
preocupações no que toca ao planeamento das cidades e que já não passam apenas
pela questão das vias cicláveis, mas da própria circulação das pessoas a pé,
evidenciou Jorge Botelho. “Ter uma cidade mais acessível não é só fazer rampas
e carreiras dedicadas, ou apostar em modos suaves, é também trabalhar nos
materiais que muitas vezes estão velhos e desadequados dos tempos modernos,
colocando um conjunto de obstáculos que devem ser removidos. Para isso é
preciso ter um conjunto de planos integrados, ainda para mais numa cidade
histórica como Tavira”, defendeu o edil tavirense.
Presidente da autarquia de Tavira há sete anos, Jorge
Botelho garante que estas preocupações não são recentes, mas há timings a
respeitar e o socialista acredita que o Algarve está, finalmente, a olhar da
mesma forma para as questões da mobilidade. “Nova legislação implica a
reformatação de muitos projetos existentes, a legislação que vai sendo aprovado
vai sendo transposta para os novos projetos e, por vezes, surgem contratempos
para tornar as cidades acessíveis”, sublinha, dando o exemplo do acesso aos
núcleos históricos. “O que queremos é uma cidade e concelho de Tavira para todos,
e um Algarve verdadeiramente para todos, tanto na mobilidade pedestre, como nas
mobilidades suaves. Para isso, todos devemos ter uma prática desportiva que
combine com o turismo de qualidade e há muitos caminhos para se atingir esse
objetivo, numa rede que se vai completando por fases”, considera, adiantando,
contudo, que tal envolve investimentos bastante relevantes, o que, por vezes,
atrasa a concretização dos projetos.
No uso da palavra, Desidério Silva voltou a enfatizar a
necessidade de se tornar o Algarve sustentável ao longo de todo o ano e o
turismo acessível é um dos elementos que pode contribuir para esse objetivo.
“Há um conjunto de números que estão identificados e que são públicos sobre o
turismo acessível e o turismo sénior, mas há que concretizar projetos e isso
depende de uma parceria forte entre o público e o privado. Se os privados fazem
um esforço para encontrar soluções para as pessoas com dificuldades de
mobilidade, o setor público também o deve fazer”, defende o presidente da
Região de Turismo do Algarve, lembrando que o Plano Estratégico da RTA
contempla, precisamente, um conjunto de preocupações e intervenções sobre este
assunto.
Certo é que o turismo acessível é uma das áreas que mais poderá ajudar o Algarve a combater a sua típica sazonalidade, já que é entre outubro e maio que a região é mais procurada por visitantes de idade mais avançada ou com dificuldades de mobilidade, motivo pelo qual Desidério Silva apela a uma maior articulação entre os privados que têm meios financeiros para investir e as autarquias e o poder central. “O Algarve tem estes turistas todos mas não existe, por exemplo, uma rede de transportes públicos que atravesse os vários municípios. Neste momento, há uma forte sensibilidade sobre este assunto, há pessoas no terreno que sabem eliminar barreiras, contornar obstáculos e encontrar soluções e isso tem que ser aproveitado”, indica.
Certo é que o turismo acessível é uma das áreas que mais poderá ajudar o Algarve a combater a sua típica sazonalidade, já que é entre outubro e maio que a região é mais procurada por visitantes de idade mais avançada ou com dificuldades de mobilidade, motivo pelo qual Desidério Silva apela a uma maior articulação entre os privados que têm meios financeiros para investir e as autarquias e o poder central. “O Algarve tem estes turistas todos mas não existe, por exemplo, uma rede de transportes públicos que atravesse os vários municípios. Neste momento, há uma forte sensibilidade sobre este assunto, há pessoas no terreno que sabem eliminar barreiras, contornar obstáculos e encontrar soluções e isso tem que ser aproveitado”, indica.