Foi apresentado, no dia 12 de outubro, no terraço panorâmico do Hotel Baltum, o cartaz da passagem de ano de Albufeira, e o grande destaque vai para o espetáculo de Áurea e dos D.A.M.A. na noite de 31 dezembro para 1 de janeiro. Mas há muito mais para animar a capital do turismo algarvio por esses dias, nomeadamente mais uma edição do SolRir, do Paderne Medieval e do Presépio da Guia, para além de outros atrativos na baixa de Albufeira e na Oura.

Texto: Daniel Pina

Apesar dos ameaços, S. Pedro não estragou o cocktail de apresentação do cartaz do Réveillon de Albufeira 2016/17, que teve lugar, no dia 12 de outubro, no terraço panorâmico do Hotel Baltum, com o mar no horizonte. A festividade é uma organização da Câmara Municipal de Albufeira com o apoio da APAL – Agência de Promoção de Albufeira e vai trazer à Praia dos Pescadores as estrelas Áurea e D.A.M.A., bem como o tradicional fogo-de-artifício ao bater das 12 badaladas e a Star Parade à zona da Oura. Mas a festa não se restringe à cidade de Albufeira, com a realização de mais uma edição do Paderne Medieval, do Presépio da Guia e do festival de humor SolRir, no Palácio de Congressos do Algarve. “É um evento que já marca o calendário das preferências da passagem de ano e temos que continuar a corresponder, de uma forma digna e bem-disposta, a esse desígnio”, frisou o edil Carlos Silva e Sousa.
Com Albufeira a ser sobretudo conhecida pelas suas praias soberbas, num mercado que está perfeitamente consolidado, o presidente da Câmara Municipal defendeu a necessidade de se manter uma aposta forte na promoção e na criação de produtos de excelência, como é o caso do Réveillon. “Tenho o prazer de ter em Albufeira uma associação de empresários que está ao lado do município, e que sabe que o município está ao seu lado, para que se faça essa promoção. Ninguém deve delegar nos outros o trabalho e o esforço financeiro da promoção e depois colher os benefícios do esforço de terceiros, daí que todos devam contribuir com o seu conhecimento e experiência para a APAL. Só remando todos para o mesmo lado é que conseguiremos obter melhores proveitos para os empresários, enquanto indivíduos, e engrandecer o nome de Albufeira”, salientou Carlos Silva e Sousa, perante uma plateia repleta de empresários da hotelaria, restauração e animação noturna do concelho.
Quanto à programação em concreto do Réveillon 2016/17, as iniciativas arrancam logo no dia 29 de dezembro com o Paderne Medieval, que decorre até 1 de janeiro e que promete transportar esta aldeia do barrocal algarvio para a Idade Média. “Temos que tirar cada vez mais partido desta freguesia, do seu aspeto cultural e gastronómico, dos passeios pedonais e cicláveis, porque devemos desfrutar de todo o concelho e não apenas da cidade de Albufeira”, apontou Carlos Silva e Sousa.
Nos dias 29 e 30 de dezembro, e 1 e 2 de janeiro, acontece mais uma edição do Festival SolRir, um momento de boa-disposição a que ninguém ficará indiferente. No dia 31 de dezembro, a festa na Praia dos Pescadores começa com o espetáculo de Áurea, seguido de um fogo-de-artifício com um orçamento reforçado, e do concerto dos D.A.M.A., conciliando-se vários gostos numa noite que se pretende bem animada. Na Oura, como vai sendo hábito, realiza-se mais um Star Parade. Depois da estreia em 2015, este ano volta a haver também um Presépio na freguesia da Guia e vai-se notar, igualmente, mais iluminação pública alusiva à época natalícia por todo o concelho, reflexo de uma situação financeira mais folgada da autarquia. “Contudo, não basta o grande espetáculo, é necessário que, antes e depois, existe oferta, de restauração, de alojamento, de animação. Por isso, deixo aqui o apelo aos empresários para que mantenham os seus estabelecimentos abertos. Não digo que estejam todos abertos mas que, entre vós, encontrem uma forma de fazer escala, de termos uma Albufeira com vida”, reforçou Carlos Silva e Sousa.
Assim, para o autarca, não faz sentido gastar-se dinheiros públicos em promoção e organização de eventos – e o Réveillon de Albufeira tem um orçamento de 100 mil euros – para se combater a sazonalidade e, quando os turistas chegam ao concelho, encontram as ruas desertas e os hotéis, restaurantes, bares e discotecas de portas fechadas. “Ou se opta por fechar tudo e vivemos apenas do Verão, ou decidimos não nos conformarmos com a sazonalidade, porque temos muito mais para oferecermos a quem nos visita, um clima sempre ameno, gente boa, gastronomia riquíssima, uma oferta cultural que estamos a tentar melhorar cada vez mais, para que as pessoas desfrutem de Albufeira fora da época balnear”, indicou Carlos Silva e Sousa, alertando, porém, que essa batalha não pode ser apenas travada pela Câmara Municipal. “E, se queremos ter uma oferta turística mais qualificada, também precisamos de recursos humanos mais qualificados e isso não se consegue com trabalho precário, mas com a manutenção dos postos de trabalho e com formação”

Albufeira não pode fechar na época baixa

No uso da palavra, José Lourenço dos Santos, presidente da APAL – Agência de Promoção de Albufeira, confirmou que a situação dos empresários de Albufeira melhorou em relação aos anos mais difíceis do passado recente. “Há que manter alguma contenção e não desperdiçar aquilo que nos pode fazer falta mais tarde, mas temos aqui um espetáculo de fim-de-ano que vai ser bastante bom, com artistas de grande renome nacional. A APAL faz o seu papel de sensibilizar os empresários para que consigamos reunir meios financeiros para organizar este réveillon, em parceria com a autarquia, mas também outras iniciativas para promover o destino Albufeira, não só a nível interno, como no plano internacional”, disse o dirigente.
Apesar das melhorias verificadas, José Lourenço dos Santos avisa que as empresas do concelho ainda não estão numa situação confortável e que ainda persiste muito endividamento, mas já vai havendo alguma almofada financeira para aproveitar os ventos favoráveis que sopram em termos turísticos. “Temos que nos promover nos destinos estrangeiros, mas também a nível nacional, e o Réveillon de Albufeira é uma referência, com um mediatismo assinalável”. E porque terminou mais uma época balnear sem registo de incidentes, o presidente da APAL enalteceu o desempenho das forças de segurança do concelho. “A segurança é um fator determinante para a escolha de um país para se gozar férias e dá também tranquilidade aos empresários para continuarem a investir nos seus negócios. E o aumento de voos que vamos ter durante a época baixa leva-nos a ouvir com mais atenção o apelo feito pelo presidente da Câmara Municipal para mantermos os estabelecimentos de portas abertas, porque as pessoas não podem vir para Albufeira e encontrar uma cidade sem vida, seja diurna ou noturna”.
As últimas palavras couberam a Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve, que depressa alertou para o perigo da região se acomodar aos excelentes resultados do corrente ano. “Vamos bater todos os recordes, por causa de alguns problemas de insegurança em países concorrentes, mas também por tudo aquilo que os empresários, os serviços públicos, os municípios, foram capazes de fazer no passado recente para colocar o Algarve no topo das escolhas dos turistas”, considerou o antigo presidente da Câmara Municipal de Albufeira. “Este ano recebemos milhares de visitantes que nunca cá tinham vindo e que saíram com uma excelente opinião do que encontraram, portanto, no próximo ano, mesmo que as coisas regressem à normalidade nos nossos concorrentes, eles estarão inclinados a voltar ao Algarve. Por isso, não podemos baixar os braços na questão da sazonalidade e o Aeroporto de Faro vai receber mais voos, mais cerca de 100 mil lugares, durante a época baixa. Se as companhias aéreas e o Aeroporto estão a fazer esse esforço, as pessoas precisam ter onde dormir, comer e beber em Albufeira”, avisou Desidério Silva.