A Teia d’Impulsos tem estado em grande
destaque nos últimos dias, pelo arranque da terceira etapa da Rota do Petisco,
mas também pela instalação do Aquário Hope no Hospital de
Dia de Oncologia de Portimão. Muitos mais são, porém, os projetos de sucesso
desta associação, casos da Vela Solidária, do Lota Cool Market, do Festival da
Oralidade do Algarve e das Jornadas do Arade, entre outros, conforme ficamos a
saber à conversa com o presidente da direção Luís Brito.
Texto: Daniel Pina |
Fotografia: Teia de Impulsos
Foi apresentada ao público, no dia 8 de setembro, no Museu
Municipal de Portimão, a 3ª etapa da Rota do Petisco, com a Teia d’Impulsos a
dar a conhecer todas as novidades, petiscos e estabelecimentos aderentes, mas
também a dar a provar alguns dos petiscos mais emblemáticos da Rota. Uns dias
antes, tinha sido instalado o Aquário Hope no Hospital de Dia de Oncologia de
Portimão, uma iniciativa de Pedro Bernardo que idealizou a construção de um
aquário de 300 litros na sala de tratamento de quimioterapia, com o objetivo de
proporcionar momentos de tranquilidade e de algo muito positivo para observarem
aos doentes que ali passam várias horas a receber a necessária medicação.
Dois eventos mediáticos, a Rota do Petisco pela forte
implantação que já alcançou no barlavento algarvio, o Aquário Hope pelo mérito
da iniciativa, que são apenas a ponta do icebergue da atividade da Teia d’Impulsos,
associação nascido a 16 de março de 2011 e presidida por Luís Brito desde 2015.
“Foi fruto da vontade de um grupo de amigos que já vinha desde a altura do
liceu e que sentiam a necessidade de fazerem algo pela cidade onde cresceram,
viviam e estavam a constituir família. Tínhamos em mente avançar com o nosso
primeiro projeto, a «Vela Solidária», mas era necessário ter algum suporte
legal para levar as nossas intenções por adiante”, recorda o dirigente, que
sucedeu no cargo a Nuno Vieira.
Mentor da «Vela Solidária», Luís Brito conta que, na época,
colaborava com a Câmara Municipal e com a Junta de Freguesia de Portimão nas
«Férias Desportivas» e apercebeu-se que várias raparigas provenientes da Casa
Nossa Senhora da Conceição gostavam imenso dessa modalidade. “O problema é que,
assim que acabasse aquele programa de férias, elas deixariam de ter qualquer
possibilidade para praticar vela. Os clubes desportivos em geral estão pouco
vocacionados e sensibilizados para estas temáticas e os custos associados são
elevadíssimos”, refere o entrevistado, que apresentou os contornos do seu
projeto a vários responsáveis e empresários do concelho. “Claro que a resposta
foi para não pensar nisso, porque era bastante difícil e caro, porque dava
muito trabalho. Como eu não gosto de ouvir «não», num mês e meio o projeto
estava a ir para a frente, com 15 patrocinadores, três mil euros, uma
embarcação e 23 raparigas a praticar vela durante o ano inteiro”.
Foi um pontapé de saída em grande estilo para a Teia d’Impulsos,
acima de tudo a constatação de que, normalmente, é mais fácil arregaçar as
mangas e meter mãos à obra do que andar numa constante lamúria e queixumes, a
colocar-se na dependência de terceiros. E o certo é que a «Vela Solidária»
depressa ultrapassou as fronteiras do Algarve e atingiu uma dimensão nacional,
sendo desenvolvida em Portimão, Lagos, Vila Nova de Gaia e Lisboa. “Encontramos
parceiros que conseguem concretizar este projeto com o nosso apoio e ele, hoje,
tem mais de 400 beneficiários diretos, crianças e jovens com problemas sociais,
em risco, com deficiência”, destaca Luís Brito.
O projeto seguinte foi a Rota do Petisco, cuja primeira
edição foi organizada em sensivelmente mês e meio. Agora, mal termina uma
edição, começa-se logo a trabalhar a próxima, garante o portimonense, que
lamenta que o associativismo nem sempre tenha o reconhecimento e credibilidade
que merece, o que depois influencia a obtenção de apoios financeiros. “No
início, eramos inexperientes nesta área e sofremos com isso, mas foi uma boa
escola”, admite, explicando que a Rota do Petisco foi uma proposta de Nuno
Vieira depois de ter estado de férias no sul de Espanha, em Cádis, onde se
realiza a Rota das Tapas. “Achou a iniciativa giríssima e acreditou que podia
ser replicada em Portimão, com as necessárias adaptações. Hoje, podemos dizer
que a Rota do Petisco é maior do que a Rota das Tapas”.