As Jornadas Europeias do Património encerraram com chave de ouro este domingo, dia 25 de setembro, com a apresentação pública das duas novas designações toponímicas do concelho - a Rua Maria Bárbara Louro e a Rua Jaime R. Passos Pinto. Foi com muita emoção e orgulho que os descendentes de Maria Bárbara Louro e de Jaime Passos Pinto marcaram presença nas cerimónias e, ao gesto de homenagem por parte do município, associaram-se momentos muito especiais de reencontro, por parte de familiares distantes há vários anos, muitos até que nunca se haviam conhecido.
Maria Bárbara Louro, ainda hoje recordada como a «madrinha» do povo, foi uma benemérita que conquistou um lugar muito especial no coração dos são-brasenses. Nasceu em 1863 e casou com João Viegas Louro, um industrial corticeiro que deixou um importante legado neste setor e que desempenhou o cargo de Presidente da Câmara. O casal era proprietário do edifício que hoje acolhe a Hospedaria São Brás e da fábrica de cortiça que existia onde hoje está implantado o Parque da Vila.
Num dia em que se reuniram muitos netos e primos, a família recordou esta mulher de postura nobre “como uma pessoa boa”. “Este é um momento de grande emoção para a nossa família. Não cheguei a conhecer a minha avó, mas ela foi sempre uma pessoa presente na minha realidade, nas histórias que me contavam. Hoje, estamos todos realmente muito felizes”, declarou Cristina Louro, neta da homenageada. O seu nome foi atribuído à rua que liga a Rua Dr. José Dias Sancho à Rotunda do Barro, na Circular Norte.
Com uma forte ligação à vida cultural do concelho, o ilustre são-brasense Jaime Rodrigues Passos Pinto recebeu também uma reconhecida distinção na toponímia concelhia. Nascido em 1904 em São Brás de Alportel, Jaime Passos Pinto sempre esteve ligado ao cinema, uma paixão que lhe foi transmitida pelo avô, responsável pela projeção de filmes no concelho, no início do século XIX. Sempre ambicioso pela sua terra, Jaime idealizou uma sala de espetáculos para a comunidade são-brasense, por considerar essencial o acesso às artes e à cultura.
O sonho tornou-se realidade quando se reuniu com um grupo de amigos para empreender a grande obra de construção de um cinema. Em 1952, o Cineteatro São Brás abriu portas ao público pela primeira vez com a exibição do filme português «Duas Causas», onde era protagonista a atriz são-brasense Mariana Villar. “Foi um homem essencialmente ligado à cultura, um homem que sonhou algo em grande para os são-brasenses e, desse sonho nasceu a sala de espetáculos do Cineteatro. Talvez por isso tenhamos tantos familiares ligados às artes, penso que estes interesses ficaram nos genes da família. Este gesto é um grande orgulho para nós e agradecemos muito por este dia acontecer”, referiu Maria Eugénia Narra, neta do homenageado. A Rua Jaime R. Passos Pinto é a artéria que liga a Rua João Rosa Beatriz à Estrada da Calçada, espaço onde irá nascer o Parque de Autocaravanismo do concelho.