No âmbito das comemorações do Dia Mundial da Música, o
programa «Música nas Igrejas» apresenta, no dia 1 de outubro, na Igreja da
Misericórdia, pelas 18h, um concerto de piano pelo maestro António Victorino
d’Almeida. Figura de grande destaque no panorama musical, o compositor,
maestro, pianista e escritor português nasceu, no dia 21 de maio de 1940, em
Lisboa.
Começou, desde muito cedo, a aprender música. Aos cinco anos
compôs a sua primeira obra, mas, apesar de ter sido considerado
menino-prodígio, teve uma infância normal. Aos sete anos deu o primeiro
recital, interpretando obras de Mozart e Beethoven e duas peças de sua autoria.
O Século Ilustrado, chamando-lhe «Antonito», considerou “maravilhoso o seu
poder de interpretação”.
Terminou, com 19 valores, o Curso Superior de Piano do
Conservatório Nacional de Lisboa, onde foi aluno de Campos Coelho. Depois,
graças a uma bolsa do Instituto da Alta Cultura foi para Viena, onde se
licenciou em composição, com a mais alta classificação conferida pela Escola
Superior de Música daquela cidade. O júri foi unânime naquela classificação.
Recebeu o prémio especial do Ministério da Cultura da Áustria por ter sido o
melhor aluno finalista de cada ano. Fixou residência em Viena, onde viveu
durante duas décadas, fazendo visitas regulares a Portugal. Durante sete anos
desempenhou o cargo de Adido Cultural da Embaixada de Portugal em Viena, tendo
recebido duas das mais importantes condecorações atribuídas pela Presidência da
República da Áustria.
Tem trabalhado em rádio e televisão e como ator em filmes e
séries televisivas. Foi também membro do júri nos Concursos Vianna da Motta, em
Lisboa e no Concurso Tchaikovsky, em Moscovo. Foi, ainda, presidente do
Sindicato dos Músicos. Além de concertista, Victorino d’Almeida é um prolífico
compositor, sendo, sem dúvida, um dos compositores portugueses que mais obra
produziu, abrangendo os mais variados géneros musicais, como a música a solo,
para piano e outros instrumentos, música de câmara, sinfónica e coral,
incluindo ópera, fado e muita música para cinema e teatro. Embora não se
considere um maestro de raiz, já dirigiu praticamente todas as orquestras
portuguesas e também algumas importantes orquestras estrangeiras.
António Victorino d' Almeida é uma referência de que os
portugueses se orgulham. Sendo um comunicador nato, consegue cativar todo o
tipo de públicos, com a sua simpatia e a inteligência das suas palavras.
Cultiva alguma excentricidade, visível na bengala e nos cabelos em desalinho,
traços que sublinham o seu espírito crítico, por vezes, desconcertante.