Paralelamente aos três palcos principais, o Festival MED
apresenta a programação de mais dois dos espaços alternativos em termos
musicais: Palco Jardim e Palco Bica. Uma das novidades desta 13ª edição é a
criação de um novo palco no Jardim dos Amuados. Virado para a World Music na
sua vertente mais tradicional, o Palco Jardim vai contar com a atuação de
artistas provenientes da Síria, Marrocos, Sudão e Guiné Conacri.
Na abertura do Palco Jardim, dia 30 de junho, vai estar um
trio de músicos de raiz afro-árabe e com componentes naturais do continente
africano: Muhammed el Bouzidi (Marrocos), Wafir Sheikheldin (Sudão) e Aboubakar
Syla (Guiné Conacri). O grupo Muhsilwán apresenta um espetáculo assente em
temas tradicionais desses 3 países donde são originários, interpretados com
instrumentos de enorme beleza visual e sonora.
Para o segundo dia do Festival, 1 de julho, a proposta neste
novo espaço vem da síria: Alturaz Al Andalusi. Trata-se de um grupo que tem
como diretor artístico o prestigiado cantor sírio Mahmoud Fares, especializado
na música andalusí Inshad e al Tarab do estilo alepino (Alepo - Síria). Neste
projeto, destacam-se também o maestro de percussões orientais, Salah Sabbagh,
que domina as mais variadas percussões do mundo árabe, e o bailarino Mohamed
Babli que aprendeu o giro derviche (Maulawiya) com os grandes maestros da dança
sufí de Alepo. Alturaz Al Andalusi tem Mahmoud Fares na voz, Mohamed
Babli, na dança sufi, Youssef, no Kanun e Salah Sabbagh, nas percussões.
O Palco Jardim encerra com uma atuação dos Sharq Wa Garb
(Oriente-Ocidente), um grupo de música andalusí e do Médio Oriente. É formado
por músicos originários de Marrocos e Síria. O repertório do grupo está baseado
na música de países tão diversos como Turquia, Egito, Marrocos, Argélia, Síria
ou Tunísia e na dança oriental que nos transporta ao longínquo oriente com os
seus ritmos sensuais das cortes de califas e sultões.
No Palco Bica, que este ano é programado inteiramente pela
Casa da Cultura de Loulé, as propostas passam pela música numa corrente mais
alternativa. Na abertura deste palco, dia 30 de junho, vai estar João Caiano &
The Unlovely Stories. Músico e escritor, que usa a sua experiência de vida para
alimentar a sua escrita, experimentou vários estilos musicais (hip-hop, metal,
folk...) e ultimamente descobriu o seu único e poderoso estilo de cantar. Sobe
ao palco acompanhado por Miguel Guerreiro, Zé João, Martim Santos, Hugo
Domingos entre outros bons amigos. Depois, é a vez dos Vulture mostrarem no MED
uma mistura fresca de grunge, rock e o peso doom. Transportaram o estúdio até
ao Ribatejo, procuraram casas antigas e quintas que pudessem utilizar e
tentaram trabalhar sempre neste ambiente único.
Na sexta-feira, 1 de julho, o projeto algarvio Epiphany traz
os temas originais do multi-instrumentista Rui Daniel e da vocalista Catlin.
Procuram fazer algo diferente do que se ouve por Portugal, inspirando-se em
artistas como: Flume, Chet Faker, The XX, Dream Koala, Portishead, Crystal
Castles, M83, e Bring Me The Horizon. A também banda algarvia constituída por
elementos sul-americanos, africanos e europeus Zawaia Sound leva ao público do
MED um projeto que tem na sua essência o reggae, numa fusão com rock, soul ou
jazz nas suas mais variadas interpretações.
No encerramento do Palco Bica, a 2 de julho, vão estar os Migna
Mala (20h30), também eles oriundos da região, e que entoam músicas num dialeto
próprio, privilegiando as melodias e o sentir. Este é um regresso ao Festival
MED. Na derradeira noite do MED, a dupla Tiago Gomes & Tó Trips (elemento
dos Dead Combo) sobe ao Palco Bica. Este espetáculo consiste numa banda sonora
para o livro de Kerouac, interpretada por Tó Trips, em guitarra e efeitos vários,
e por Tiago Gomes, lendo excertos do livro, acompanhados por um vídeo-beat de
Raquel Castro. É de facto a viagem, uma estrada perdida e infinita para onde os
dois performers e o vídeo remetem o espectador, para a Route 66, América de
todos os sonhos que aqui são todas as estradas do mundo: vias rápidas, estradas
secundárias, desertos, cidades perdidas na noite e becos sem saída.