As Moçoilas estão de regresso, trazendo consigo a alma dos cantos da serra (e dos cantos da terra) e de muitos outros temas inspirados aí, nos seus tons, nos seus sons e cheiros, na sua voz para fora que ecoa e se transporta. Se, da primeira vez, o grupo surgiu da necessidade de recuperar o canto do Algarve, esquecido ou escondido, até então, no tempo, desta vez, volvidos 22 anos, renasce da necessidade de se ouvir e afirmar esses mesmos sons, num panorama que tem sentido a sua falta.
Após um primeiro concerto acolhedor na Casa da Cultura de Loulé, que tem funcionado como centro geoestratégico de reunião deste movimento musical, atuam agora em Faro, no dia 28 de maio, pelas 21h30, no Ginásio Clube Farense. Moçoilas é uma atitude, é uma alma, sentida de dentro, manifestamente afirmativa, alegre e feminina. É um canto solto com harmonias doces, duras e simples.
A responsabilidade de assegurar este espaço musical e cultural é agora da Margarida Guerreiro, que traz o testemunho desde o início desta história, da Inês Rosa e da Teresa da Silva. Este trio de mulheres repega muitos dos antigos temas e enriquece-os com a sua energia própria, modificando uns, apropriando-se de outros e preparando caminho para novas melodias, novas canções. Algumas canções inspiradas nos contextos serranos são da autoria da Teresa Muge, que já não aqui cantando, ainda encanta.
Este terceiro ciclo elíptico reequaciona, reconstrói e faz evoluir este grupo para uma outra dimensão, que é simultaneamente uma mesma e diferente sonoridade. Teresa da Silva, Inês Rosa e Margarida Guerreiro, cada uma trazendo o seu percurso especial, a sua essência, encontram-se numa sinergia muito enlaçada e fazem soar as Moçoilas.