Foi apresentada ao público, no dia 2 de maio, na Sala da
Assembleia Municipal, a nova marca corporativa que irá acompanhar toda a
mudança de paradigma na Cidade e no Concelho de Loulé, tendo em vista as
adaptações às alterações climáticas. «Loulé Adapta» foi criada pela empresa
Triplesky, sedeada em Almancil, e pretende traduzir visualmente todas as opções
estratégicas inerentes a este desafio que se coloca aos louletanos.
Considerando que a comunicação é crucial para se obterem
resultados desejáveis relacionados com sustentabilidade, «Loulé Adapta» é uma
marca assertiva que passará a partir de agora a fazer parte do dia-a-dia de
todos os que vivem e/ou visitam este Município, referenciado e promovendo as
boas práticas de sustentabilidade implementadas neste território. Com base no
logotipo do Município, os responsáveis pelo «Loulé Adapta» criaram um símbolo
que reflete os ciclos das Natureza, proteção e movimento, e que transmite bem
toda a essência deste processo de adaptação às alterações climáticas. A marca
será adaptada aos diversos suportes e aplicações, desde uma brochura já editada,
decoração, sinalética, outdoors, muppies, entre outros.
«Loulé Adapta» é a face visível das 28 opções de adaptação
que fazem parte da Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas,
apresentada numa sessão que contou com representantes de vários quadrantes da
vida local. A subida do nível do mar, o aumento da temperatura e da frequência
e intensidade de eventos meteorológicos extremos como ondas de calor, secas,
episódios de precipitação excessiva e concentrada, e consequentemente de
incêndios, inundações, cheias e intensificação da erosão costeira, são alguns
dos eventos e impactos com que o Município de Loulé terá que lidar no decorrer
deste século, como resultado das alterações climáticas projetadas para o seu
território, pelo que a Câmara Municipal desenvolveu esta Estratégia.
Este instrumento de adaptação do território e da gestão e
ação municipal às mudanças climáticas tem, à cabeça, o Programa AdaPT, como
explicaram as técnicas responsáveis Lídia Terra e Inês Rafael, que referiram
que, de entre os 26 municípios que integram o projeto, Loulé é o único da
região algarvia. Esta Estratégia tem como objetivo diminuir as vulnerabilidades
atuais e futuras do Município, aumentar a sua capacidade adaptativa face aos
eventos extremos projetados, salvaguardar o seu património humano, natural e
material e contribuir para aumentar a consciencialização e a capacitação da
população. A elaboração do Plano de Contingência Municipal para Períodos de
Seca, Plano de Ação Municipal para a Energia Sustentável, Programa Municipal
para o Uso Eficiente da Água, a promoção da Mobilidade Sustentável, o reforço
de espaços verdes e promoção de sustentabilidade ambiental, a criação do
Observatório do Ambiente ou a reabilitação das ribeiras e galerias ripícolas
associadas são algumas das opções estratégicas de adaptação.
Recorde-se que o projeto ClimAdaPT.Local, que envolveu 26
autarquias de todo o País na definição de Estratégias Municipais de Adaptação
às Alterações Climáticas, é uma iniciativa no âmbito do Programa AdaPT (gerido
pela Agência Portuguesa do Ambiente), dinamizado por um consórcio constituído
por entidades portuguesas e norueguesas (academias, empresas, ONG ́s e
municípios), envolvidas em estudos, elaboração de estratégias e implementação
de ações de adaptação, bem como no planeamento e gestão do território ao nível
municipal e regional, e liderado pela Fundação da Faculdade de Ciências da Universidade
de Lisboa (FFCUL). O Programa AdaPT, desenvolvido para apoiar
financeiramente a adaptação às alterações climáticas em Portugal, inscreve-se
no estabelecido no Memorando de Entendimento entre Portugal, Noruega, Islândia
e Liechtenstein.
Este foi, segundo o autarca Vítor Aleixo, “um projeto
assumido pelo executivo desde o primeiro momento, que significa uma rutura com
o que foi a gestão autárquica e que é um momento que marca em relação ao
futuro”, mas o presidente da Câmara de Loulé refere que esta mudança “exige de
todos a transição para novos estilos de vida”. O edil aproveitou este momento
para falar do apoio incondicional do Papa Francisco à causa ambiental e à
sustentabilidade do Planeta, bem expresso na sua Carta Encíclica «Laudato Si».
Da teoria à prática, Carlos Delgado Pinto falou de uma das
opções de adaptação que começou a ser implementada neste arranque do mês de maio:
a promoção da mobilidade sustentável, contribuindo para a redução da emissão de
CO2. “Temos aqui a possibilidade de passar das palavras às ações”, sublinhou um
dos responsáveis do projeto «Viver Loulé». Este processo de adaptação da cidade
de Loulé a um modelo sustentável e eficiente de mobilidade é um caso piloto
para futura aplicação aos demais aglomerados urbanos, nomeadamente a Quarteira
e Almancil.
O processo da mobilidade sustentável foca-se em três
dimensões: uso racional das viaturas privadas; rede de transportes públicos
eficiente e articulado; promoção da utilização de modos suaves - pedonal e
ciclável. No arranque do processo pretende-se envolver a comunidade escolar
como agentes ativos das mudanças de paradigma, criando infraestruturas nas escolas
(parqueamentos, oficinas, bicicletas de empréstimo), ações de sensibilização e
a criação de percursos casa-escola acompanhados. Esta terça-feira, 3 de maio, a
Autarquia fez a entrega de bicicletas de uso partilhado às escolas da cidade:
EB 2,3 Padre Cabanita, EB 2,3 Eng.º Duarte Pacheco e Secundária de Loulé. As
bicicletas foram adquiridas pelo Município, em processo de contratação pública
nas lojas da especialidade do comércio local (SBikes, FreeBike e 2 Rodas).
No total são 36 unidades, 10 para cada uma das três escolas
e seis para uso dos funcionários da Autarquia. No total serão mais de cinco mil
alunos, com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos, que irão usufruir
deste sistema partilhado. O sistema de uso partilhado será gerido por cada
escola, tendo por base regras comuns de utilização, à semelhança de outras
situações de empréstimos nas escolas, por exemplo dos livros. Os alunos
registam-se como utilizadores com a devida autorização dos encarregados de
educação e recebem um cartão de utilizador.