Os mexicanos Sonido Gallo Negro, a brasileira Dona Onete e
os russos Otava Yo são mais três nomes anunciados pela organização do Festival
MED, que irão juntar-se aos 18 artistas já confirmados para a edição que
decorre nos dias 30 de junho, 1, 2 e 3 de julho, na Zona Histórica de Loulé.
Oriundos da parte Este da Cidade do México, Sonido Gallo
Negro é uma imponente composição instrumental de 9 elementos, que canaliza o
misticismo da Cumbia Peruana, dos anos 60. A banda combina estilos como a
Cumbia da Amazónia, Huayño, Cumbia Sonidera, Boogaloo e Chicha (Cumbia Peruana)
com guitarras elétricas, órgão Farfisa, teremim, flauta e, naturalmente,
percussão latina. Em faixas de westerns italianos, psicadélicas ou baseadas na
cultura do surf dos anos 60 e 70, os movimentos culturais, contemporâneos ao
surgimento da Cumbia, ecoam nas suas composições. A proposta dos Sonido Gallo
Negro enriquece este género musical, com o seu cunho exótico e sui generis,
acompanhado por impressionantes efeitos visuais, criados simultaneamente ao
vivo, pelo designer Dr. Alderete.
O Brasil vai ter várias representações no 13.º Festival MED
e, para além dos já confirmados Emicida e Chico Correa, um dos nomes que gera
mais curiosidade é Dona Onete, nome artístico de Ionete da Silveira Gama,
nascida em 1938, na Cachoeira do Arari, no interior do estado do Pará. Esta
cantora, compositora e poetisa brasileira morou em Belém, onde passou sua
infância, e depois em Igarapé-Miri. Foi secretária de Cultura e professora de
História e Estudos Paraenses e fundou e organizou grupos de danças folclóricas
e agremiações carnavalescas. Apesar de uma vida inteira ligada à cultura do
estado do Pará, foi apenas em meados dos anos 2000 que Dona Onete foi
descoberta pelo grupo Coletivo Rádio Cipó e, a partir daí, iniciou sua carreira
artística. Com mais de 350 música composta, Dona Onete lançou seu primeiro
CD apenas em 2012, repleto de boleros e carimbós. A septuagenária Dona
Onete é considerada a «Diva do carimbó chamegado».
Do Leste da Europa para Loulé, os russos Otava Yo prometem
levar ao Festival MED muita festa em palco. Um grupo de músicos Folk, em S.
Petersburgo na Rússia, formou espontaneamente, em 2005, os Otava Yo. Queriam
criar novas interpretações do Folk Russo, aberto a todos os que tivessem os
ouvidos bem abertos e reviver temas antigos já esquecidos. O seu primeiro álbum
«By the pharmacy» foi lançado em 2006. Depois de três anos de experiências
surge, em 2009, o segundo álbum «Once Upon a Time», e aqui a sua noção de Beat
Russo veio completamente à tona. Seguir-se-ia «Christmas», em 2011, um álbum
recheado de canções tradicionais de Natal, uma viragem numa direção
completamente diferente. Em 2013, «What Are Those for Songs» veio desenvolver
ainda mais a sua música de elevação espiritual. Otava Yo transforma os temas do
Folk Russo numa poderosa música de dança – um novo Beat Russo.
Estes três nomes juntam-se aos artistas já confirmados para
o Festival MED 2016: Dubioza Kolektiv (Bósnia e Herzegovina), Tinariwen (Mali),
Emicida (Brasil), Hindi Zahra (Marrocos/França), Alo Wala
(Dinamarca/Noruega/Estados Unidos), Ana Tijoux (Chile), António Zambujo,
Capicua, Aldina Duarte, Isaura, Fandango, Marafona e Rocky Marsiano (Portugal),
Mbongwana Star (Congo), Danakil (França), Moh! Kouyaté (Guiné-Conacri), Blick
Bassy (Camarões) e Chico Correa (Brasil). Os bilhetes estão disponíveis online
em diversos pontos de venda, através da parceria com a BOL – Bilheteira Online,
com os seguintes preços: Bilhete Diário - 10,00€, Bilhete Festival (acesso aos
3 dias de Festival) - 25,00€ e Bilhete Diário Família (2 adultos e 2 crianças
até 16 anos) - 25,00€.