Dubioza Kolektiv (Bósnia e Herzegovina), Tinariwen (Mali),
Emicida (Brasil), Hindi Zahra (Marrocos/França), Alo Wala (Dinamarca/Noruega/Estados
Unidos), Ana Tijoux (Chile) e os portugueses António Zambujo, Capicua, Aldina
Duarte e Isaura, são os primeiros nomes confirmados para a 13ª edição do
Festival MED, anunciados, no dia 3 de março, durante a apresentação do evento
que decorreu na BTL – Feira de Turismo, em Lisboa. Para participar neste
momento com a Comunicação Social, juntaram-se duas das artistas que irão subir
ao palco do MED nesta edição: Aldina Duarte e Isaura, duas vozes nacionais que
manifestaram a sua satisfação por participar nesta iniciativa.
Nos dias 30 de junho e 1, 2 e 3 de julho (este último o «Open
Day»), a Zona Histórica de Loulé volta a receber um dos maiores festivais de
World Music da Europa, numa edição que contará com o maior número de nações
representadas: 19. No total serão oito palcos, por onde vão passar 55 bandas
com mais de 250 músicos, em 75 horas de música. O alinhamento da 13ª edição do
Festival MED continua a apostar na qualidade e diversidade artística, com nomes
consolidados da cena internacional da World Music e artistas-revelação. A
música nacional mantém-se também como uma das escolhas da organização.
Em termos internacionais, os Dubioza Kolektiv são uma das
mais aguardadas atuações nesta 13ª edição. O agrupamento da Bósnia e
Herzegovina apresentam uma musicalidade em que às sonoridades balcânicas
fundem-se influências vindas dos quatro cantos do mundo: ska, punk, reggae,
eletrónica e hip-hop. Considerada uma das mais populares bandas ao vivo na
Europa Oriental, os Dubioza prometem «incendiar» o palco com muita festa à
mistura. De regresso a Loulé, após uma participação no Festival MED em 2007, os
Tinariwen, grupo de músicos tuaregues do Deserto do Sahara, da região Norte do
Mali, são um dos mais premiados projetos deste alinhamento. Em 2012, com o
álbum «Tassili» conquistaram o prémio para Melhor Grupo na Songlines Music
Awards, assim como um Grammy Award relativo ao Melhor Álbum de World Music. Com
um estilo musical com raízes profundas nas sonoridades da África Ocidental,
sobretudo da região do Rio Níger, a essência da sua música reside nas melodias
e ritmos tradicionais do povo tuaregue, numa fusão com a música berbere do
Norte da Argélia e a pop de países do Magreb.
Das ruas de S. Paulo para Loulé, os Emicida (Enquanto Minha
Imaginação Compor Insanidades Domino a Arte), um dos maiores nomes do hip hop
brasileiro, vão juntar o nome do MED à lista dos alguns dos maiores festivais
do mundo em que já atuaram: Coachella, Sónar ou South by Southwest. «O Glorioso
Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui», único disco ao lado de inúmeras
experiências musicais, confirmava em 2013 o seu talento no topo das grandes
listas de melhores do ano no Brasil, incluindo na Rolling Stone, como melhor
disco do ano. Emicida tem colaborado com diversos artistas desde
Criolo a Caetano Veloso. Encontra-se neste momento a terminar um novo EP,
gravado em África, com artistas locais
Cantora, multi-instrumentista e atriz franco-marroquina, Hindi
Zahara tem sido comparada a grandes vozes como Beth Gibbons, dos Portishead,
Patti Smith ou Norah Jones. Conta com vários prémios como o prestigiado Prix
Constantin, para melhor álbum (2010), melhor álbum de worldmusic nos Prémios
Victoures de la Musique (2001 e 2016), e será mais uma artista com forte
influência magrebina a pisar o palco do MED. O projeto da Dinamarca, Noruega e
Estados Unidos Alo Wala (que significa «provedora da luz» em Hindi e Bengali),
é liderado pela rapper de Chicago, Shivani Ahlowali. O seu espetáculo acarreta
a voz eletrizante de Alo Wala, a percussão de Julius Sylvest e os efeitos
visuais hipnóticos de VJ Mad. Tendo vivido nos Estados Unidos, Índia,
Guiné-Bissau, Espanha e Dinamarca, Shivani leva uma visão universal e profunda
para estúdio. Quando o seu fluxo hipnótico se encontrou com a produção de
Julius Sylvest & Copyflex, conhecidos pelo seu experiencialismo, desde as
reinterpretações do Cumbia tradicional ao Gangsta Rap, foi criada uma banda
sonora digna da idade móvel que poderá ser
Finalmente, a chilena Ana Tijoux, uma das MCs mais
reconhecidas da América Latina, também se junta aos artistas internacionais
premiados que este integram o alinhamento do Festival MED. Na sua música, o hip
hop contemporâneo absorve influências de sons dos Andes, jazz e funk. Ana é
conhecida por tratar de temas como pós-colonialismo, feminismo, ambientalismo e
justiça social nas suas letras. Venceu um Grammy Latino com uma colaboração com
Jorge Drexler e o seu disco «Vengo», de 2014, foi nomeado para melhor álbum
latino de rock, urbano ou alternativo na última edição dos Grammys.
Ao nível dos nomes portugueses, este ano, António Zambujo,
que nos últimos anos alcançou uma carreira internacional que lhe trouxe o
estatuto de uma das maiores referências da cultura portuguesa, sobe ao palco do
MED, depois de ter marcado presença na edição de 2011. O músico alentejano irá
presentear o público com o seu novo álbum de estúdio, «Rua da Emenda». A rapper
Capicua, um dos maiores talentos da nova música portuguesa e uma das
incontornáveis artistas da sua geração, expoente máximo da atual música urbana
de raiz eletrónica, está também confirmada no alinhamento do MED, prevendo-se
que muitos dos seus seguidores, de todos os quadrantes e idades marquem
presença neste concerto em Loulé.
Isaura é outra das presenças garantidas na Zona Histórica de
Loulé. A cantora portuguesa deu nas vistas através da internet, com o tema «Useless»,
reflexo dos territórios sonoros onde a artista parece querer movimentar-se, numa
mistura de pop e eletrónica, ritmada e revivalista. É considerada um dos novos
talentos da música portuguesa. O Fado volta a estar em destaque no Festival
MED. Em 2015, Carminho e Raquel Tavares foram as vozes que trouxeram a mais
importante manifestação musical portuguesa a Loulé e desta vez Aldina Duarte
terá a responsabilidade de representar o Fado neste festival. A «Voz
Inteligente», como é conhecida pela sua singular capacidade interpretativa e
pela sua personalidade artística, Aldina Duarte mantém, desde a edição do seu
primeiro disco – «Apenas o Amor», - em 2004, um público absolutamente fiel e
abrangente.
Mas não é só de música que se faz o Festival MED. Ao
alinhamento musical de excelência na área da World Music, este evento passa
também por uma fusão de manifestações culturais que vão desde a gastronomia às
artes plásticas, animação de rua, artesanato, dança, workshops, e muito mais,
com um claro objetivo de divulgar as várias culturas do mundo. Tendo o
riquíssimo «palco natural» da Zona Histórica de Loulé como cenário, o
tipicíssimo das casas e das ruas, o Convento Espírito Santo, a Igreja Matriz,
os Banhos Públicos Islâmicos (descobertos durante escavações arqueológicas), e
o Castelo, símbolo máximo do período árabe e medieval, que permitem um
enquadramento perfeito para que o público viva o verdadeiro espírito do
Mediterrâneo, este evento constitui também uma oportunidade para os visitantes
apreciarem o património cultural da cidade com um outro olhar.
Este ano, cerca de 80 expositores de artesanato e produtos
agroalimentares de vários cantos do mundo trazem o colorido às ruas da Zona
Histórica de Loulé, onde diariamente cinco grupos de animação de rua irão
interagir com o público. Ao nível das artes plásticas, o programa conta com quatro
exposições que vão estar patentes ao público em vários pontos do recinto,
integradas na temática do MED, com destaque para a sempre surpreendente
exposição de rua. Outro dos atrativos deste festival será a gastronomia típica
de diversos países que pode ser apreciada
nos vários espaços de restauração existentes, incluindo na típica Casa de Fado
que ficará localizada nos Claustros do Convento, e onde o público poderás
apreciar verdadeiros sabores de Portugal, ao mesmo tempo que os fadistas locais
atuam. Durante o «Open Day», dia de entrada livre (domingo, 3 de julho), a
gastronomia será a principal atração do MED.